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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

OH HOMEM, ENXERGUE-SE!


"(...) A informação surpreendeu os próprios funcionários da Empresa de Electricidade da Madeira, mas o certo é que, segundo o DIÁRIO apurou, terão chegado à empresa instruções do Governo Regional para avançar com processos judiciais de execução das dívidas acumuladas pelas sete câmaras que não foram conquistadas pelo PSD-M nas últimas eleições. Esta medida terá sido imposta pelo próprio presidente do Governo Regional e líder do Partido Social Democrata, Alberto João Jardim". (DN-Madeira de 06.11.2013) Politicamente é-me difícil classificar esta atitude, apesar do esfarrapado comunicado a desmentir. O DN não iria inventar, pelo que, sejam três ou sete câmaras em causa, a posição leva-me a questionar: garotada? vingança? mau perder? ódio pelo povo que lhe virou as costas? perseguição? anormalidade democrática? terrorismo político? atitude "fascista"? Eu sei lá quantas interrogações poderão ser feitas. Que é inqualificável, é! Que demonstra ser um homem político que integra uma atitude contrária aos princípios e valores da democracia, do bom senso, do respeito, da tolerância e do diálogo que solucione os problemas, não tenho a mínima dúvida! Sobretudo quando  os telhados são de vidro, com dívidas por todos os lados, da saúde à educação até aos fornecedores de bens e serviços. Políticos destes não interessam. Políticos que, sob diversas capas, se apresentam como sucessores mas em cujo "chip" está integrada a matriz partidária, penso que os madeirenses e portosantenses devem dispensar.


Aliás, sobre aquela posição, no dia 27 de Outubro, deixei aqui um texto que, a páginas tantas sublinhava: "(...) Esquecem-se que não têm moral para o fazer ou assim actuar, face a milhares de facturas pregadas no tecto do gabinete do secretário das Finanças. O tal que, em tempo devido, não reportou à República muitos milhões. Esquecem-se que é sujo e indigno forçar, por exemplo, o pagamento da energia eléctrica pelos consumos da iluminação pública, quando hospitais e escolas, entre outros, também têm significativos atrasos nos pagamentos. E se fosse só a energia eléctrica! E pelos consumos de água? E se pagassem, tal como está previsto na tabela de taxas e licenças dos municípios, a ocupação do solo e do espaço aéreo pela passagem de toda a cablagem? Não sei quem ficaria a perder! Os que prometem "guerra" aos executivos legitimamente eleitos, já agora, talvez fosse interessante começarem a pagar as dívidas da Fundação à Câmara, à Electricidade da Madeira e aos bolseiros!"
Um governo CALOTEIRO, que não tem água com que se lave, mentiroso ao esconder facturas não reportadas, que submeteu a Região a uma dupla e penosa austeridade, que utiliza os dinheiros públicos para a sua própria propaganda, desde o Jornal da Madeira aos palcos das várias festas, um governo que manteve um sub-regime democrático baseado, entre outros aspectos, na subsidiodependência, um governo que, alegadamente, manda executar as dívidas da Empresa de Electricidade da Madeira, obviamente, que se expõe a um acto de grande indignidade e, sendo assim, a um comportamento vilão. Sinto nojo deste tipo de política reles. Aproximando-se o Natal, quotizemo-nos no sentido de oferecermos um espelho a fim de que o homem, uma vez por todos, se enxergue!
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

jv disse...

Caro João André Escórcio, eu não estranho nada do que se está a passar, João Jardim é, realmente, isto mesmo, o resto resulta do mito que se criou à sua volta. Desmitificá-lo, com empenhamento e militância, terá de ser o passo seguinte, e o seu texto seria uma boa base para a elaboração do tal «boletim informativo», de que lhe falei.
Esta informação tem de ser totalmente baseada em factos comprovados e tanto melhor se o tratamento aplicado for desproporcional entre instituições, como parece ser o caso das Câmaras a quem foi exigido o pagamento.
Está na hora de agir, é imperativo não deixar que o «monstro» se reerga.
O «espelho» não terá de ser para o homem, mas sim para a comunidade que o suporta.
Um abraço.
JV

André Escórcio disse...

Muito obrigado pela sua sempre esclarecida análise. Oxalá que os que por aqui passam, leiam e percebam o alcance das suas preocupações. Comungo-as na totalidade.
Como julgo que deve saber, estou fora da política activa. Limito-me, todos os dias, a "meter o pauzinho" nesta monumental engrenagem. Não sei se bem, mas é o meu jeito de participar.
Eu também considero que é preciso não adormecer, e essa informação de cunho regular é muito necessária. Um abraço.