Ninguém poderá esquecer-se que, politicamente, Jardim está morto, mas o jardinismo ainda mexe e de que maneira! É verdade que o polvo estrebucha porque foi ferido com um potente arpão, pode perder vários braços e muitos tentáculos, todavia, há que ter em atenção que continua a largar muita "tinta". Daí todo o cuidado ser pouco. A confusão, os tiros de partida em falso, a ambição que não tenha em conta todas as variáveis, a marcação do terreno que coloque em estado de choque todos os parceiros, pode, entre outros aspectos, tornar-se numa arma de autodestruição. Depois de 43 anos de Abril e 41 após as primeiras legislativas regionais, 2015 poderá ser o ano de uma certa consolidação da democracia, se em conta tivermos que todo este tempo foi de mil e um enganos. Por isso mesmo, estamos a pagar uma dupla e severa austeridade. Entendo que nenhum partido político da oposição deve excluir-se do objectivo central que é o de mudar o governo da Região. Os egoísmos, as atitudes bizarras e incompreensíveis, aliás como aconteceram nas últimas autárquicas, devem ser postas de lado em função de um objectivo maior. E esse desiderato é o de colocar o jardinismo a léguas da responsabilidade governativa. Chega. Portanto, qualquer situação que não parta do pressuposto que a vitória só é possível através da bipolarização e não da fragmentação de candidaturas, penso que, à partida, estará condenada. O jardinismo é muito maior que Jardim. A teia de interesses e a vulnerabilidade cultural pode acabar com o sonho. Significa isto que, primeiro, há que consolidar a democracia e a consequente alternância, para depois, cada partido, no tempo certo, propor e impor-se com projectos próprios. Não seguir este caminho pode significar a entrega de bandeja do poder aos mesmos de sempre.
São ali ao virar da esquina. Caminhamos, aceleradamente, para o final de 2013. As legislativas regionais aproximam-se. O tempo passa depressa. Lá se foram os anos, lembro-me perfeitamente, quando era criança, que para chegar ao Natal era uma carga de trabalhos. Quase desesperávamos! Hoje, com tantos afazeres e com tantas preocupações, os dias, semanas, meses e anos passam por nós num ápice. Portanto, do ponto de vista político, repito, as eleições são ao virar da esquina. E se isto abordo, é porque me preocupa, por qualquer razão, se os que sempre ambicionaram a "Mudança" não souberem conduzir este processo. Sete dos onze concelhos disseram não às políticas do PSD, mas isso não significa que 2015 sejam favas contadas. São processos diferentes e, por isso mesmo, exigem redobradas cautelas. Todos os passos devem ser medidos, cautelosamente. Antes de qualquer posicionamento de candidatura, julgo que importante será uma atitude de concertação entre toda a oposição. Esse deve ser o primeiro passo em direcção a uma candidatura vitoriosa. Se a candidatura do Dr. Paulo Cafôfo ao Funchal foi ganhadora pela conjugação de esforços de seis partidos da oposição, uma candidatura à "Mudança" no governo da Madeira, implicará um redobrado esforço de diálogo entre todos, desde o Porto Santo ao Porto Moniz. Ninguém poderá esquecer-se que, politicamente, Jardim está morto, mas o jardinismo ainda mexe e de que maneira! É verdade que o polvo estrebucha, porque foi ferido com um potente arpão, pode perder vários braços e muitos tentáculos, todavia, há que ter em atenção que continua a largar muita "tinta".
Daí todo o cuidado ser pouco. A confusão, os tiros de partida em falso, a ambição que não tenha em conta todas as variáveis, a marcação do terreno que coloque em estado de choque todos os parceiros, pode, entre outros aspectos, tornar-se numa arma de autodestruição. Depois de 43 anos de Abril e 41 após as primeiras legislativas regionais, 2015 poderá ser o ano de uma certa consolidação da democracia, se em conta tivermos que todo este tempo foi de mil e um enganos. Por isso mesmo, estamos a pagar uma dupla e severa austeridade. Julgo que nenhum partido político da oposição deve excluir-se do objectivo central que é o de mudar o governo da Região. Os egoísmos, as atitudes bizarras e incompreensíveis, aliás como aconteceram nas últimas autárquicas, devem ser postas de lado em função de um objectivo maior. E esse desiderato é o de colocar o jardinismo a léguas da responsabilidade governativa. Chega. Portanto, qualquer situação que não parta do pressuposto que a vitória só é possível através da bipolarização e não da fragmentação de candidaturas, penso que, à partida, estará condenada. O jardinismo é muito maior que Jardim. A teia de interesses e a vulnerabilidade cultural pode acabar com o sonho. Significa isto que, primeiro, há que consolidar a democracia e a consequente alternância, para depois, cada partido, no tempo certo, propor e impor-se com projectos próprios. Não seguir este caminho pode significar a entrega de bandeja do poder aos mesmos de sempre.
No PSD não há volta a dar. Neste momento são cinco candidatos, mas poderão ser seis ou sete. Um dos cenários é, na divisão, o "único importante" aparecer a ditar a regra final. E se dali, seja quem for, nada há a esperar, porque os vícios da máquina são enormes, àquela que hoje é oposição compete apresentar uma alternativa consistente, liderada por uma personagem capaz de granjear a simpatia de mais de 50% do eleitorado. Há que ter em conta os movimentos de cidadãos, o cansaço e desilusão dos eleitores face aos políticos, o esgotamento dos processos normais assentes em candidaturas partidárias, a capacidade de negociação no plano nacional de tal forma que se consiga sacudir o chicote da dívida e da desconfiança, pois bem, tudo isto, precisa de bom senso, de inteligência e de uma grande assertividade discursiva. O ano de 2015 não é mais um na vida política regional. Ou muda o registo político ou os madeirenses poderão ter mais oito, doze, dezasseis anos com a mesma música embora com intérpretes diferentes.
Pelo meio os madeirenses terão as eleições europeias. Aí não há por onde escolher. As candidaturas são nacionais e os partidos apenas devem exigir lugares ilegíveis. As zonas sombrias devem ser evitadas. O PS, o CDS e o PCP da Madeira devem assumir as suas responsabilidades. Particularmente o PS, pois o CDS, em função dos recentes desentendimentos que conduziram à incrível suspensão de um deputado por ter votado contra o Orçamento de Estado, penso eu, não terá as "portas" abertas para exigir um lugar ilegível, pior ainda num cenário de coligação. Independentemente disso, as europeias poderão ser um bom teste para as regionais, pelo que todos os cuidados serão poucos. Significa, portanto, que os próximos tempos são determinantes, onde um passo em falso pode acabar com o sentimento demonstrado nas últimas autárquicas. Espero que ninguém brinque com a esperança dos madeirenses e portosantenses.
Ilustração: Google Imagens.
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