Não há novidade alguma entre os ares "psicadélicos" das cúpulas dominantes. Jaime Ramos, líder do grupo parlamentar do PSD, sempre esteve de costas voltadas para o presidente da Assembleia. E a contrária sempre pareceu-me verdadeira. Independentemente de questões internas de natureza partidária, uma das razões relaciona-se com a engrenagem montada no "regimento" pelo qual se guiam os deputados. Sempre que a oposição descobriu uma brecha para ganhar mais uns minutos de intervenção, Jaime montou uma revisão do regimento para coarctar tal possibilidade. Julgo que não há quem mais saiba dos artigos, interpretações e dos textos contraditórios do que Jaime. O regimento, está amarrado por todos os lados. Durante o plenário é vê-lo sempre de regimento na mão! Neste caso, o psicadelismo de que fala o presidente da Assembleia, não é mais do que uma permanente alucinação política por parte de quem não quer que os assuntos sejam discutidos.
Jaime Ramos decide: marca os dias das reuniões, define a agenda, elabora e apresenta os regimentos específicos dos debates e respectivos tempos de intervenção de cada partido, chumba o que não lhe interessa, evita debates, permite ou não comissões de inquérito, daí que o formalismo da conferência de líderes seja uma "palhaçada" política. Jaime, no essencial, fruto da maioria e porque não é um político de diálogo e de consensos, "manda" no presidente. Obviamente que uma situação destas, com anos a fio de atitudes grotescas chega a um ponto de alucinação, onde o que está em causa não é a discussão aberta dos diplomas, mas a forma de os matar à nascença.
Jaime não discute de forma séria e serena um diploma. Ele grita e muitas vezes ofende. Jaime vê a Assembleia não como um lugar de debate democrático, mas como uma oportunidade de controlar o "negócio político". Para Jaime não existem colegas de bancada, mas subordinados. Ou estão com ele, denunciando que se ajoelham à sua vontade, ou sabem o inferno que passam. Jaime é o produto de um jardinismo saloio, bacoco, fraudulento, anti-democrático, onde o exercício da política não é um meio, mas um fim de inconfessados interesses. As situações que se passam na Assembleia não são especificamente "psicadélicas" daquele espaço. Simplesmente porque a alucinação, sem cura, leva quase quarenta anos de regime jardinista.
Enfim, a melhor forma de acabar com isto é no dia de deitar o voto na urna, ter presente todo este psicadelismo que se traduz na alucinação que o tempo político é eterno!
Ilustração: Google Imagens
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