Destaca a edição de hoje do DN-Madeira:
"(...) O secretário do Plano e Finanças, Ventura Garcês acusou o ex-secretário do Equipamento Social, Santos Costa, de ter escondido dos seus pares do executivo dívidas (1.136 milhões de euros) num “sistema informático próprio, designado por ‘CAFEBS’, ao qual nenhuma entidade externa tinha acesso”. (...) O despacho de arquivamento do caso pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) revela que era na base de dados CAFEBS que eram registadas as facturas e encargos de obras para os quais a Secretaria do Equipamento Social (SRES) não dispunha de verbas ou de cabimentação orçamental e que, por isso, fugiam à lei. Esta base era controlada por Santos Costa e por Amélia Gonçalves, directora do Gabinete de Controlo Orçamental. Ambos foram constituídos arguidos (...)".
Ora bem, uma base de dados secreta? E esta aldrabice não é passível de ser criminalizada? Não houve intenção, por isso, o processo "Cuba Livre" foi arquivado? Não se trata de uma espécie de "saco azul" para as obras? E este secretário Ventura Garcês por que nunca o disse aos deputados na Assembleia Legislativa da Madeira? Que razões políticas levaram a que não confessasse a verdade aos deputados de quem depende? Mas há mais. Isto não equivale a uma contabilidade secreta? E nas obras sucessivamente inauguradas o secretário da Finanças nunca desconfiou? E os outros secretários e o próprio presidente do governo quais foram as suas posições enquanto personagens cúmplices? E o Tribunal de Contas como se posicionou perante esta matéria? Enfim, tantas questões podiam aqui ser colocadas, algumas, até, extremamente complexas. Ora, se assim se trata, tal como foi narrado pelo Diário, começam a ficar mais claras as razões de tanto apego ao poder. O cidadão comum, olha, certamente, para isto e questionará: o que não esconderá este governo que só a História desvendará? Porque quem esconde facturas não é politicamente sério. E porque assim é, segundo o Diário, só restará uma saída digna para o secretário Ventura Garcês: DEMITIR-SE.
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Já imaginou o quão difícil e complicado, seria responder a todas a estas questões com a implicação de tanta gente e instituicão neste processo e com as consequências mais que previsíveis? Seria um terramoto social.
Assim arquiva-se, não se fala mais nisto evita-se uma carga de trabalhos e de chatices ao poder instalado que poderá continuar a sua missão, sem ser incomodado como até aqui. Não é coisa a que não estejamos já habituados.Afinal conseguimos sobreviver, o que mais será preciso.
Abraço. JV
Mais palavras para quê?
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