A decisão do Presidente da República, parece-me óbvia, corresponderá à indigitação do Dr. Passos Coelho para formar governo. Se outra for a sua decisão, pela primeira vez, o Presidente não será previsível. Tenho como assumido que a costela partidária será absolutamente determinante, por teimosia, mesmo que, presumo que tenha consciência, o próximo governo tenha, no invólucro, um curto prazo de validade. Se assim for, perguntar-se-á, que necessidade teve em deixar o processo se arrastar? Pura perda de tempo.
Há muito que a decisão está tomada! |
A sua decisão fundamentar-se-á em alegadas situações anteriores, mas mais do que isso, na posição dos seus partidários assessores, na generalidade dos comentadores, pseudo-analistas, jornalistas e outros que, de forma cega, remam a favor de uma situação minoritária no parlamento. Estou convicto que o Presidente passará ao lado do facto de ser o Parlamento a base do nosso sistema político, que é dali que emerge o governo e que a ele se subordina durante a legislatura, portanto, que à ausência de uma maioria parlamentar acrescem dificuldades na governação. Talvez acredite que essa clara fragilidade será a melhor "oportunidade" para o seu partido, porventura a pior para o povo, uma vez que da pressão internacional (tal como fizeram à Grécia) possa vir a resultar em 2016 novas eleições e a possibilidade de uma nova maioria de direita. Não sei se assim pensa e será, apenas este é um cenário de um filme, quando também reconheço não ter dotes de realizador.
É evidente que não me é indiferente um governo de direita ou de esquerda. A direita conheço-a bem. Acena, sempre, com o futuro, o bem-estar e a felicidade que só os mercados nos poderão trazer e que está ali mesmo ao virar da esquina; na prática, o que tenho constatado, é o crescimento do número de pobres, o desemprego, o trabalho precário, a emigração, a diminuição dos direitos sociais ao mesmo tempo que dispara o número de milionários. A esquerda de que falo e que defendo, é a esquerda dos princípios e dos valores humanistas, a esquerda que incomoda os poderes de raiz absoluta e nefasta, a esquerda que nutre sensibilidade pelos mais vulneráveis, que não rouba nos direitos do Homem, não pratica o esbulho nem permite que se intrometam na administração e gestão na Nação Portuguesa com uma História quase milenar. Diálogo e concertação sim, imposições e subordinações, não! É nessa esquerda moderada, de bom senso, que respeita e que exige respeito no quadro internacional que eu acredito e defendo. O Presidente, certamente, não caminhará por aí. Ele é um político de direita que até disse, algures no tempo, lamentavelmente, que a sua(s) reforma(s) "não chega(m) para pagar as suas despesas". E as dos outros?
Ilustração: Google Imagens.
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