Nutro pelo Padre José Luís Rodrigues uma enorme consideração, estima e reconhecimento pela sua claríssima opção pela Mensagem que, diariamente, a todos nos deixa. Não é de direita, do centro, da esquerda ou um "perigoso esquerdista". É um Homem que interpreta a Palavra com seriedade, com honestidade e que faz dela uma arma contra as injustiças e contra quem explora sem o mínimo de sentimento humanista. Gosto da sua frontalidade, porque me baptizaram e porque sigo o essencial de Cristo. O catolicismo diz-me pouco, porém Cristo diz-me muito. Não sou apegado a rituais, é verdade, mas sinto que a nossa breve passagem pela Terra exige um compromisso com e pelos outros. Para quê uma saca cheia de notas, contas em off-shores, vida excêntrica, vida controlada na luta sôfrega pelo dinheiro que faz mais dinheiro, quando, em um ápice, tudo fica por aí. Nem em cheque podemos levá-lo! É por isso que gosto do Padre José Luís. Gosto da sua lucidez, da sua interpretação dos factos e da sua opção pelos mais vulneráveis. Gosto da defesa pela dignidade das pessoas, da sua visão global e local e com as suas reflexões, aprendo.
Li um seu texto que exprime essa capacidade de quem não se refugia na toca. Dirigiu-se ao Senhor Cardeal Manuel Clemente a propósito da formação do novo governo de Portugal:
"Até a Igreja treme com a hipótese de vir uma coligação de esquerda. Isto está cada vez mais divertido. O Cardeal Clemente falou e disse isto entre outras coisas: «Juntando essa coligação ao PS isto forma uma grande maioria no próximo Parlamento. Parece-me mais natural que o acordo surja dentro deste conjunto do que fora deste conjunto» (Rádio Renascença). Ah sim, engana-se redondamente sr. Cardeal, essa é uma possibilidade, mas há mais…
O Sr. Cardeal, está preocupado que se faça uma maioria à esquerda no Parlamento. Deve achar que ainda estamos nos tempos do PREC e nos anos a seguir em que a Igreja Católica fez o trabalho sujo de uma «catequese» em que se diabolizava os comunistas e tudo o que fosse da esquerda. Os tempos são outros e vivemos numa democracia mais ou menos consolidada. Por isso, sr. Cardeal, acreditemos que nesse âmbito, há muitas alternativas e que todas elas são legítimas se resultam da vontade eleitoral. Nada de medos, a não ser que a Igreja Portuguesa esteja seriamente comprometida com esta coligação. O que me parece ser esse o seu medo e de muitos bispos de Portugal. No meu caso, continuo divertido e agora ainda mais depois dos seus receios e da sua jogada pela direita".
Para quê mais palavras? Quando muitos da hierarquia amocham, andam por aí sem qualquer posição de análise que faça despertar consciências intencionalmente adormecidas, o Padre José Luís Rodrigues (existem outros que negam o silêncio cúmplice) fala e escreve com o desassombro de um homem livre que apenas segue a Palavra. Padre José Luís, um enorme ABRAÇO de respeito, amizade e consideração. Ponto final.
Ilustração: Google Imagens.
Para quê mais palavras? Quando muitos da hierarquia amocham, andam por aí sem qualquer posição de análise que faça despertar consciências intencionalmente adormecidas, o Padre José Luís Rodrigues (existem outros que negam o silêncio cúmplice) fala e escreve com o desassombro de um homem livre que apenas segue a Palavra. Padre José Luís, um enorme ABRAÇO de respeito, amizade e consideração. Ponto final.
Ilustração: Google Imagens.
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