Disse esta manhã no Parlamento da Madeira: "(...) A vontade do povo é inquestionável" (...) "quem ganha as eleições, mesmo sem maioria absoluta, tem de governar". Pois, Senhora Deputada, oiça o depoimento (vídeo abaixo), igual ao de milhares da sua geração e, certamente, concluirá que está na hora de partir o espelho. Para além do vídeo, a Senhora Deputada deveria ler a cedência do PSD/CDS a muitas propostas do PS. Só lendo, porque contado é difícil acreditar.
O mais curioso é que depois de tanta ofensa ao Partido Socialista, de consecutivo enxovalho às pessoas que fizeram parte do último executivo socialista, depois de terem bombardeado o programa do PS na recente campanha eleitoral, Passos Coelho/Paulo Portas, apresentam-se a negociar com "23 propostas retiradas diretamente do programa eleitoral dos socialistas. PSD e CDS consoante os casos, aceitam, entre outras:
- dizer não ao plafonamento das pensões;
- aceitar o aumento do salário mínimo nacional;
- a redução da sobretaxa de IRS mais depressa do que a coligação estava disposta a fazer (Passos propunha um faseamento em quatro anos; Costa falava em apenas dois);
- o buraco (!) de 600 milhões no orçamento da Segurança Social que não implicará cortes das pensões já em pagamento;
- dizer sim à necessidade de diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social.
- sim às propostas do PS como a atualização do abono família e de outros apoios sociais, nomeadamente para famílias monoparentais;
- reposição dos salários dos funcionários públicos (acima de 1500 euros);
- não ao corte de despesas em prestações sociais não contributivas através do alargamento da condição de recurso (ou, como se lê no documento, citando o programa do PS: "reforçar e reavaliar a coerência do modelo de aplicação da condição de recurso nas prestações sociais de natureza não contributiva").
Afinal, o programa do PS tinha virtualidades. Pergunto: como acreditar nesta gentinha que bombardeia e, passada uma semana, aceita várias medidas, tudo para se manterem no poder? Por mim, classificaram-se, definitivamente.
Ilustração: Google Imagens + Youtube
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