Provavelmente que não se trata de uma qualquer vingança, mas uma entre outras possíveis leituras da situação que resulta do último acto eleitoral. Já aqui salientei que se o problema se designa por ESTABILIDADE POLÍTICA ao longo dos próximos quatro anos, que me parece ser mais consistente uma plataforma de esquerda do que uma coligação, embora vencedora legítima, mas minoritária no Parlamento. Mas isso que resolva o Presidente da República. Está lá para isso, com o solene compromisso de não ser sectário e partidário, antes defensor dos interesses nacionais em nome de todo o povo português. Estou até convencido que o Presidente indigitará o Dr. Passos Coelho. Que o faça, mas também que assuma as suas responsabilidades face a um governo, sem base parlamentar de apoio, portanto, com prazo datado no invólucro.
A questão que agora Passos Coelho/Paulo Portas colocam e dramatizam, de não quererem governar com o programa dos outros e, sobretudo, todo o chinfrim que têm feito na sequência das reuniões inter-partidárias, faz-me trazer à memória tudo quanto fizeram há quatro anos, aquando do chumbo do PEC IV e o manifesto desejo de irem ao "pote". As declarações feitas na altura estão disponíveis no youtube, daí que ache estranho que se sintam magoados. Em 2011 também havia um governo legitimamente eleito e nem consideração tiveram pela avassaladora crise, sublinho, gerada fora do país e que arrastou muitos para uma situação de enorme complexidade. A sofreguidão pelo poder falou mais alto. Agora estão a expiar os pecados políticos de ontem. Não acredito que seja por vingança, mas estão a sentir, lá isso estão, a total ausência de compreensão e de solidariedade manifestada em 2011. Caso para dizer: "aqui se fazem, aqui se pagam".
Ilustração: Google Imagens.
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