O problema das tarifas nas ligações aéreas da Madeira para o exterior é um escândalo político. Só o secretário regional da Economia teima em não compreender. Ontem, desta vez o grupo parlamentar do CDS/PP, trouxe a público o caso de um estudante que, "a dois meses do Natal, vai pagar € 649,98 para se deslocar à Madeira no dia 18 de Dezembro e voltar a Lisboa no dia 3 de Janeiro de 2016. Para o secretário os problemas relacionados com os elevados custos das viagens na altura do Natal não são novos, sempre foi assim! Espantoso. No online do DN uma senhora que assina "Revoltada", comentou: "Ir a Paris no dia 18 de Dezembro e regressar no dia 2 e Janeiro/2016 com o percurso Lisboa/Paris/Lisboa custa apenas € 149,00. Outro que assina "Novas Velhas Politicas", salientou: "É verdade que os preços não são novos mas porque é que não se previu isso na tão famosa e tão detestada lei do subsídio de mobilidade? Se os preços não são novos, era de esperar desta nova geração de políticos novas soluções. O que aconteceu? Aumentou-se o problema. Nem estudantes a vir à casa no Natal e o Turismo quero ver como se irá comportar. Um voo para a Madeira de Lisboa ou Porto passou a ter preços que dá para ir à África do Sul, Venezuela, Brasil, Moçambique, Dubai, Índia". De novo a "Revoltada": "(...) Falta de rigor e seriedade foi o que não tiveram, quando criaram a Portaria que regula esse subsídio de mobilidade. Deveriam ter salvaguardado, pelo menos os estudantes. Eu não quero receber esses € 335,00 porque eu não tenho € 558,00 para comprar a passagem. Qual é a parte que o Sr. Secretário ainda não percebeu ? (...)"
O comunicado do secretário regional da Economia, li no DN-Madeira: "(...) reforça, ainda, que querer insistir na confusão destas realidades não contribui para o esclarecimento da população e revela falta de rigor e seriedade". Quer dizer, a população é que é burra ou pouco inteligente. É precisamente aqui que me quero situar. É que há muita gente que está farta deste tipo de governantes que julgam ser portadores da verdade, que não admitem o erro e que teimam em persistir naquilo que julgam ser um posicionamento correcto. Do meu ponto de vista, tem razão o Deputado António Lopes da Fonseca, quando exige que o Dr. Eduardo Jesus apresente aos madeirenses "um pedido de desculpas pela sua imprudência".
Sendo uma questão POLÍTICA ficaria bem ao governante a humildade de assumir que o assunto é complexo, que tem múltiplas variáveis e que tudo está a fazer para corrigir aquilo que a prática veio a determinar constituir um erro. Só que isso é difícil, não é? Mas é por aí que os Homens se distinguem: "A humildade é a única base sólida de todas as virtudes" - Confúcio.
Li, também, esta pérola extraída do comunicado: "(...) se é certo que uma vinda a 18 de Dezembro e uma ida a 3 de Janeiro custará, no caso referenciado pelo líder parlamentar do CDS, 649,98 euros, uma simulação feita já esta tarde revela que a alteração de um dia na vinda e de um dia no regresso (17 de Dezembro e 4 de Janeiro) faz o custo da passagem diminuir para 421,98 euros (valor a que acresce 50 euros para bagagem de porão)". E o governante saberá, por exemplo, que em qualquer caso, estudantes, consultas médicas, profissionais de qualquer ramo ou mesmo férias, poderão ter compromissos assumidos no dia 17 de Dezembro e no dia 04 de Janeiro? Politicamente, repito, politicamente, só posso considerar uma infantilidade.
Esta Portaria é um desastre para os madeirenses, todos o dizem, porque o roubo no preço das passagens é evidente, com a agravante do governo regional ser cúmplice. Suspendam a Portaria, rapidamente, e enquanto não produzirem um documento que salvaguarde quem vive na Região, mantenham a anterior que, face a esta apresentava outras vantagens para o residente.
Ilustração: Arquivo próprio.
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