No âmbito da Semana Europeia da Segurança e Saúde no Trabalho, a Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais promoveu o seminário “Gestão do Stress e dos Riscos Psicossociais no Trabalho”. Título interessante! Na oportunidade, a secretária da Inclusão e Assuntos Sociais referiu: “(...) Hoje são bem conhecidos os factores causadores do risco de stress e de outros problemas na Saúde no Trabalho. Exigências excessivas, apoio inadequado de superiores e colegas e estar sujeito a comportamentos inaceitáveis como assédio e violência verbal e física, são alguns dos exemplos". A secretária regional, Rubina Leal, disse, ainda: "a ordem jurídica de Portugal exige que o empregador assegure aos trabalhadores condições de segurança e de saúde em todos os aspectos do seu trabalho, incluindo os factores de risco psicossociais". Na sua intervenção não faltou um extenso rosário de números estatísticos. Do que li e ouvi tratou-se de paleio muito pouco consequente.
Ora bem, não chega disparar números. Essa é a atitude mais fácil. Basta os serviços recolherem e elaborarem um conjunto de dados que, aliás, qualquer pessoa pode fazer, uma vez que estão disponíveis. Mais difícil é a partir dos números (ponto de situação da realidade, já conhecida, disse a secretária), definir um conjunto de objectivos futuros e determinar todos os passos a dar no sentido de tornar a situação real em uma situação ideal. Quantos, interrogo-me, secretários com a pasta do trabalho, na Assembleia, no governo e em outras circunstâncias, ao longo de todos estes anos, procederam da mesma maneira? Repetiram números e a lengalenga discursiva? Lembro-me de um secretário que, caricatamente, quase repetia, todos os anos, no debate do Plano e Orçamento, o discurso do ano anterior, apenas com algumas alterações de números e percentagens! Assisti a uma sessão em que os deputados da oposição leram, em voz alta, as palavras que o secretário iria pronunciar. Portanto, aquele tipo de discurso da secretária, apenas caracterizador, mas que nada de novo acrescenta, todos estão fartos. Importante, já não é a descrição de elementos, mas as vias que estão ou vão ser seguidas no sentido de uma reorganização da sociedade que, a prazo, venha a esbater ou mesmo eliminar todos aqueles aspectos que corroem o bem-estar desde trabalhadores a empregadores. E isso tem a ver com a economia, com as finanças, com as leis laborais, com as políticas educativas, com a cultura, enfim, com uma série de sectores e áreas que devem trabalhar de forma integrada e transversal. Só blá, blá, não chega!
Ilustração: Google Imagens.
Ora bem, não chega disparar números. Essa é a atitude mais fácil. Basta os serviços recolherem e elaborarem um conjunto de dados que, aliás, qualquer pessoa pode fazer, uma vez que estão disponíveis. Mais difícil é a partir dos números (ponto de situação da realidade, já conhecida, disse a secretária), definir um conjunto de objectivos futuros e determinar todos os passos a dar no sentido de tornar a situação real em uma situação ideal. Quantos, interrogo-me, secretários com a pasta do trabalho, na Assembleia, no governo e em outras circunstâncias, ao longo de todos estes anos, procederam da mesma maneira? Repetiram números e a lengalenga discursiva? Lembro-me de um secretário que, caricatamente, quase repetia, todos os anos, no debate do Plano e Orçamento, o discurso do ano anterior, apenas com algumas alterações de números e percentagens! Assisti a uma sessão em que os deputados da oposição leram, em voz alta, as palavras que o secretário iria pronunciar. Portanto, aquele tipo de discurso da secretária, apenas caracterizador, mas que nada de novo acrescenta, todos estão fartos. Importante, já não é a descrição de elementos, mas as vias que estão ou vão ser seguidas no sentido de uma reorganização da sociedade que, a prazo, venha a esbater ou mesmo eliminar todos aqueles aspectos que corroem o bem-estar desde trabalhadores a empregadores. E isso tem a ver com a economia, com as finanças, com as leis laborais, com as políticas educativas, com a cultura, enfim, com uma série de sectores e áreas que devem trabalhar de forma integrada e transversal. Só blá, blá, não chega!
Ilustração: Google Imagens.
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