Em apenas três anos, entre 2010 e 2013, "a intensidade da pobreza aumentou 30% e um em cada três pobres perdeu o acesso ao Rendimento Social de Inserção (RSI). Esta é uma das principais conclusões de um estudo do economista José Alberto Pitacas, apresentado no II Encontro Nacional do Movimento Erradicar a Pobreza (MEP), que decorreu este sábado, no Porto" (...) O estudo concluiu, ainda, que "a retirada do RSI às famílias resultou num aumento da intensidade da pobreza das crianças em 44%" (...) O MEP espera que "a alteração da correlação de forças no Parlamento conduza a políticas que combatam efetivamente as causas da pobreza", flagelo que atinge "27,5% da população portuguesa", nomeadamente "as mulheres a viver em famílias monoparentais, as mulheres idosas e as crianças" (...) "As condições de vida de três milhões de portugueses não são compatíveis com uma existência digna, configurando uma clara violação de direitos humanos”, defende o MEP, alertando para o facto de que ”ter um emprego deixou de ser um fator de isenção em relação à pobreza, devido ao reforço da componente de baixos salários do modelo económico dominante durante o período de austeridade e à fragilização das relações laborais".
Não obstante estes dados, o Dr. Pedro Passos Coelho, diariamente, insiste na necessidade de cortar ainda mais, de não retroceder nas políticas que implementou ao longo de quatro anos, sem êxito (os indicadores provam-no), em uma demonstração de total insensibilidade perante quem sofre. Na Madeira, "o número de beneficiários do abono de família em Abril de 2016 na Região Autónoma da Madeira atingiu o valor mais baixo em mais de 11 anos - (DN)" e apenas "34% recebem subsídio de desemprego (...) dos 22.339 desempregados em Abril, só 7.608 recebiam apoio. Um em cada três!" (DN). Dir-se-á que a fome nada lhes diz. Desenrasquem-se.
Não quer ver o problema! |
Como se isto não bastasse, assisto àquela espécie de socialista da linha aristocrática, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, a falar de boca cheia que a aplicação de sanções a Portugal por défice excessivo é uma "possibilidade séria devido à situação actual do país" (...) "As sanções são absolutamente uma possibilidade, estão nas nossas regras e regulamentos, e quando olhamos para a situação actual em Portugal e Espanha há razões sérias para considerar a sua aplicação (...)". Que filho da mãe! Onde anda a sensibilidade desta gentalha? Que sensibilidade social demonstram estes engravatados perante aqueles que sofrem as consequências das políticas que andam, há anos, a desenhar? Cambada de traiçoeiros e sem carácter!
Ilustração: Google Imagens.
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