Leio na capa do jornal I: "Sanções da Europa a Portugal - Multas podem ser aplicadas em 20 dias e fundos estruturais suspensos de forma imediata, se a linha dura dos comissários vencer (...)". Ora bem, é bem provável que não as apliquem, mas não me restam dúvidas que a tal "linha dura" constituída por uma esmagadora direita política que de pobreza nada sabe, nem quer saber, vai deixar um sério aviso ao governo. O próprio Presidente da República de Portugal já começa a dar indícios de andar a remar para terra: "(...) Marcelo vai continuar a fazer avisos sobre as contas de Costa", enaltece o referido jornal.
Esta Europa que resvalou dos seus princípios orientadores democráticos, de respeito pelas nações, de solidariedade e de coesão social, nada quer saber se o País está exangue, que haja pobreza, crianças e idosos em dificuldades extremas, que os jovens e menos jovens emigrem, que a economia paralela ande à solta porque, tal como vulgarmente se diz, as pessoas têm de se desenrascar, isto é, nada quer saber se o povo andou e anda, desde 2008, a comer o pão que o diabo amassou. Esta Europa está, decididamente, ao lado dos fortes e de uma corja insensível que não dando o rosto, existe, tem poder e capacidade de decisão. O resto, aquilo que nos chega, os vários programas disto e daquilo, não são mais do que, por um lado, "incentivos" para que, genericamente, os da mesma clique desfrutem de meios para o seu próprio enriquecimento (há uma sofisticada inteligência na circulação do dinheiro); por outro, serve para facultar a ideia que esta é uma Europa magnânima, solidária e tendencialmente social.
Servirá o referendo na Grã-Bretanha para mudar esta Europa feita de directórios que esmagam??
Deixo aqui dois provérbios: "quem muito se abaixa, o rabo aparece" e "onde reina a força, o direito não tem lugar"!
Ilustração: Google Imagens. Atente-se na simbologia da imagem.
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