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domingo, 22 de março de 2009

PROFESSORES: UMA MUDANÇA INADIÁVEL

Os educadores e professores sindicalizados no SPM vão a votos no dia 15 de de Maio. É previsível que surjam duas listas concorrentes à liderança do maior sindicato de professores da Região. Pessoalmente, entendo que este é um momento de relevante importância para toda a classe docente. Perante tanto ataque aos direitos dos docentes, direitos conquistados um a um ao longo de muitos anos de lutas, perante um sistema educativo que não consegue descolar para patamares de sucesso, perante a falta de respeito que os vários poderes têm vindo a demonstrar ao longo dos últimos anos, importante se torna a existência de um sindicato forte e determinado.
Hoje, exige-se um Sindicato pró-activo, atento e que pelas suas iniciativas seja ouvido e respeitado pelo poder. Hoje, exige-se um Sindicato que não seja procurado pelos associados apenas nos momentos de alguma aflição pessoal. Hoje, exige-se um Sindicato com uma redobrada atenção ao que se está a passar no Mundo, particularmente no nosso País, um Sindicato capaz de cruzar a informação disponível traduzindo-a em políticas concretas que impliquem mudanças no sistema educativo.
É por isso que defendo a mudança de orientação no Sindicato de Professores da Madeira. Tenho a melhor consideração pessoal por muitos que estão a cumprir a sua missão, mas uma coisa é a consideração e estima pessoal, outra é a dinâmica que doravante se impõe, só possível com o refrescamento da equipa que venha a gerar inovação e criatividade.
Há um novo ciclo que se impõe e nisto não pode haver qualquer dramatismo. Está em causa uma classe profissional, estão em causa lutas que têm de ser travadas com bom senso mas que não podem ser adiadas. E neste quadro os professores não devem confundir amizades com estratégias portadoras de futuro. Democraticamente, cabe-lhes decidir os caminhos do futuro. Ainda bem que, provavelmente, concorrerão duas listas. Eu já decidi. Votarei no refrescamento da equipa liderada por João Sousa, não por amizade e solidariedade pessoal mas porque entendo que é, neste momento, a pessoa melhor colocada na defesa dos grandes desígnios profissionais e da EDUCAÇÃO.

4 comentários:

PAULO CAFÔFO disse...

Em democracia é sempre bom que surjam alternativas e haja oposição, de modo a propiciar-se debate e discussão de ideias. Assim se agitam as instituições e se buscam melhores soluções. Isto não significa que alternativa seja sinónimo de maior qualidade e de melhor opção, por mais respeitáveis que sejam as pessoas.
A lista que se refere como alternativa, não o é verdadeiramente, pois dela fazem parte diversos elementos da actual direcção, que decidiram apresentar uma candidatura de ruptura, embora se mantenham nos órgãos do sindicato. Teria sido mais coerente demitirem-se, e apresentarem-se como alternativa, mas preferiram continuar num projecto que participaram e participam, e ajudaram a construir, embora agora o critiquem... Esperemos no entanto que desta disputa surja um sindicato mais forte e coeso, na defesa de uma carreira docente dignificante e de uma melhor educação. Democraticamente lhe deixo o endereço da página da nossa candidatura, de modo a que possa inteirar-se das nossas propostas. Poderá sempre mudar de opinião, e apoiar este projecto de melhor educação: http://cadavezmaisperto.blogs.sapo.pt/
Abraço e votos de uma saudável disputa.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Caríssimo e Distinto Colega,
Atribuo relevo especial a esta sua passagem: "Esperemos no entanto que desta disputa surja um sindicato mais forte e coeso, na defesa de uma carreira docente dignificante e de uma melhor educação". Penso que isto é que é relevante. O resto, desde que a disputa seja feita com dignidade e elevação, tudo o mais parece-me de menor significado. E falo assim porque, apesar de fazer parte dos órgãos do sindicato, quando assumi um lugar político na Assembleia, tive o cuidado de suspender o meu mandato no sindicato. Mas estou a falar de um lugar político.
No Sindicato parece-me que o problema não pode ser visto da mesma maneira, até porque, neste caso, o sindicato teria de parar a sua actividade durante algum tempo e isso não me parece admissível.
Um abraço de grande consideração,
André

PAULO CAFÔFO disse...

Caro colega,
Antes de mais obrigado pelas suas palavras e pela sua resposta.
Compreendo o seu argumento, mas julgo que a demissão daqueles que pretendem apresentar uma lista alternativa, não impediría o sindicato de funcionar. Como sabe existem suplentes que poderiam avançar e assegurar o regular funcionamento do SPM. Além disso não estamos a falar de uma demissão em bloco, mas sim de uma minoria.
Abraço

André Escórcio disse...

Caríssimo,
Não vejo mal que os Colegas em fim de mandato procurem caminhos diferentes, embora se mantenham no posto. Todos tiveram o bom senso de, perdendo ou ganhando nas propostas, conviverem com as regras colegiais. Isso é o melhor exemplo do funcionamento de uma instituição. Mas isso não significa estar de acordo. Os actos eleitorais são precisamente para isso, para, eventualmente, seguir outros caminhos, sem quebra das amizades e da sã convivência. É assim que entendo a sociedade e a vida nas organizações.
Com toda a sinceridade e respeito por um conjunto de Colegas com quem convivi e colaborei (sempre que pude, claro) nos últimos anos, não vejo mal que continuem nos seus lugares.
Eu sei que me compreenderá. Nós transportamos uma cultura de algum confronto, do tipo, "quem não está comigo está contra mim". Estou certo que saberemos contornar esta situação com bom senso e respeito por todos.
Um abraço, com consideração e estima.