Há já vários anos que o DN-M produz um excelente trabalho de compilação dos subsídios atribuídos pelo Governo Regional da Madeira em todos os sectores de acção governativa. Hoje foi publicado um caderno especial com os elementos referentes a 2008, retirados do Jornal Oficial da Região. De 2007 para 2008 a subsidiodependência cresceu 18,69%. É obra! De € 454.812.907,00 passou-se para € 539.817.835,00, isto é, 85 milhões de euros a mais.
Em 2001, o total de subsídios atingiu 77,0 milhões; em 2002, 78,7; em 2003 218,4; em 2004 334,1; em 2005 396,0 e em 2006 454,8 milhões de euros. E aqui vamos.
É dinheiro a mais (dos nossos impostos) derramado, de uma forma anárquica, sobre um conjunto de sectores e áreas de actividade que não justificam. E não se justificam pelo facto de, alguns deles, não evidenciarem qualquer retorno económico, social e cultural. Muito desse dinheiro é desbaratado e apenas se justifica na ânsia de manter, artificialmente, um "monstro" do qual já não conseguem libertar-se, penalizando, de forma cruel, sectores determinantes no desenvolvimento da Madeira no que concerne aos indicadores de bem estar.
Da extensa lista de apoiados dir-se-á que não existe por aí uma única associação, clube, igreja, etc., que não seja dependente do orçamento regional. Uma grande parte dos valores em jogo enquadram-se na lógica de apoios ao serviço político-partidário e não ao serviço do desenvolvimento. Torna-se chocante ler este trabalho do DN quando se olha em redor e vemos tantas carências e tantas áreas de investimento prioritário; quando se dá conta de 10.000 desempregado e das apostas que têm de ser feitas no sentido da criação de emprego; quando se dá conta de 32% de pobres; quando se dá conta de setecentos idosos que aguardam por um lar; quando se dá conta de tanta carência ao nível do sistema educativo, enfim, olhar para os valores publicados, permitam-me que diga, embrulham o estômago. Mas é a política que temos. Uma política que utiliza o Homem e não resolve os problemas do Homem.
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