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quarta-feira, 8 de maio de 2013

A FALÊNCIA DA MADEIRA E OS ANJINHOS!


É "urgente trilhar outro caminho, enquanto é tempo". Mas qual caminho? Estará a ver-se ao espelho? Estará a fazer uma acto de contrição pelas asneiras políticas cometidas ao longo de todos estes anos de governo absoluto? Então para que serve a existência de um governo regional? Então para que serve a estrutura institucional de um país aqui metido? Não temos uma Assembleia da República, mas temos um parlamento regional; não temos um primeiro-ministro, mas temos um presidente do governo; não temos ministros, mas temos secretários regionais; não temos secretários de estado, mas temos directores regionais; não temos direcções gerais, mas temos presidentes de institutos, de sociedades de desenvolvimento, gente e mais gente em tantos e tantos lugares, porventura, uma grande parte dispensáveis. Para que serviu e serve tudo isto? Apenas para dar lugar aos amigos da corte, perpetuarem-se no poder ou o objectivo da Autonomia visava colocar "a população e o seu bem-estar no centro da sua finalidade"?. E a pergunta que agora se deve colocar é tão somente esta: e por que não ficou, depois de um gigantesco fluxo financeiro através das dotações financeiras europeias e nacionais? Por que não resultou em bem-estar? Oh senhor secretário, poupe-nos. É seu dever político assumir a falência da Madeira por culpas próprias do governo a que pertence. E se não está disposto a esse acto de humildade política, só tem um caminho, sair! Essa história de "empurrar com a barriga", de nunca assumir responsabilidades, de partir do princípio que tudo o que está bem feito fomos nós que fizemos e tudo o que de errado foi realizado é dos outros a culpa, é paleio que só pode convencer os incautos. E fica mal a um governante, sobretudo aos governantes que escondem dívidas, os governantes que, na Assembleia, mascaram a realidade e que prometem e não cumprem. 

Nenhum tem responsabilidades
sobre o drama que se abateu
sobre os madeirenses e portosantenses.
"(...) É urgente trilhar outro caminho, enquanto é tempo" (...) porque "qualquer política só é acertada quando coloca a população e o seu bem-estar no centro da sua finalidade" - disse, na Ribeira Brava, o Dr. Ventura Garcês, secretário Regional do Plano e Finanças. É evidente que já não dá para uma gargalhada, sobretudo porque a situação é demasiado séria e complexa. Por outro lado, já nem chega a irritar, isto é, chatear, porque esta gente habituou-se a se comportar daquela maneira, a jogar, permanentemente, poeira para os olhos das pessoas, escudando-se numa forma de fazer política que prima pela não assumpção de responsabilidades. Sacodem do capote as obrigações que derivam do facto de pertencerem a um governo de uma região inicialmente com estatuto político-administrativo próprio, com autonomia (onde ela vai), com uma Assembleia, com um governo e com um orçamento próprio. Tudo desbarataram, geraram uma dívida que todos conhecem e que, presumo, muito dificilmente poderá ser paga, subordinaram um povo inteiro a uma penosa dupla austeridade, e este secretário, tal como os outros, vem dizer que é "urgente trilhar outro caminho, enquanto é tempo". Mas qual caminho? Estará a ver-se ao espelho? Estará a fazer uma acto de contrição pelas asneiras políticas cometidas ao longo de todos estes anos de governo absoluto? Então para que serve a existência de um governo regional? Então para que serve a estrutura institucional de um país aqui metido? Não temos uma Assembleia da República, mas temos um parlamento regional; não temos um primeiro-ministro, mas temos um presidente do governo; não temos ministros, mas temos secretários regionais; não temos secretários de estado, mas temos directores regionais; não temos direcções gerais, mas temos presidentes de institutos, de sociedades de desenvolvimento, gente e mais gente em tantos e tantos lugares, porventura, uma grande parte dispensáveis. Para que serviu e serve tudo isto? Apenas para dar lugar aos amigos da corte, perpetuarem-se no poder ou o objectivo da Autonomia visava colocar "a população e o seu bem-estar no centro da sua finalidade"?. E a pergunta que agora se deve colocar é tão somente esta: e por que não ficou, depois de um gigantesco fluxo financeiro através das dotações financeiras europeias e nacionais? Por que não resultou em bem-estar? Oh senhor secretário, poupe-nos. É seu dever político assumir a falência da Madeira por culpas próprias do governo a que pertence. E se não está disposto a esse acto de humildade política, só tem um caminho, sair! Essa história de "empurrar com a barriga", de nunca assumir responsabilidades, de partir do princípio que tudo o que está bem feito fomos nós que fizemos e tudo o que de errado foi realizado é dos outros a culpa, é paleio que só pode convencer os incautos. E fica mal a um governante, sobretudo aos governantes que escondem dívidas, os governantes que, na Assembleia, mascaram a realidade e que prometem e não cumprem. 
Mas regresso à frase politicamente chocante: "qualquer política só é acertada quando coloca a população e o seu bem-estar no centro da sua finalidade". Este secretário já se esqueceu de quantas propostas foram apresentadas na Assembleia no sentido de ir ao encontro das pessoas mais vulneráveis? Esqueceu-se que houve propostas para que, do orçamento regional, os idosos pudessem dispor de um complemento de € 50,00/60,00? E das propostas para um apoio para os medicamentos da população mais idosa e com pensões extremamente baixas? E das propostas chumbadas pelo PSD no sentido da criação de novos paradigmas de crescimento económico geradores de postos de trabalho? Esquece-se, propositadamente, de todas as leviandades em obras megalómanas e sem sentido que conduziram a que hoje o dinheiro falte para aquilo que é mais premente. E com carinhas de anjo aparecem aos olhos dos cidadãos com um discurso imaculado, com asinhas brancas e auréola sobre a cabeça, dizendo que os outros, sempre os outros, é que têm de mudar de vida, enquanto é tempo! Pessoas que nunca souberam mudar, que aplicaram sempre a mesma receita, que viveram, estes sim, sempre acima das possibilidades da Região, que fizeram deste povo gente sofredora e sem esperança, tentam, em derradeiro tempo, forçar a manutenção do seu poder. É tarde. Ficam na História como os que faliram a Madeira.
Ilustração: Google Imagens.

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