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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

PAGAR TARDE E A MÁS HORAS... E OS OUTROS É QUE SÃO CALOTEIROS

Certamente, dirão alguns, que, neste caso, também o Engº José Sócrates é o culpado. O "Programa Pagar a Tempo e Horas", onde a Região da Madeira foi buscar 257, 7 milhões de Euros, para satisfazer compromissos assumidos, libertando, assim, as empresas do peso que as dívidas do sector público ocasionam na sua estabilidade, diz o Tribunal de Contas que a Região Autónoma da Madeira não está a cumprir os prazos acordados, pelo que se sujeita a uma penalização nos respectivos juros. Salienta o Tribunal de Contas que "(...) o Governo Regional não alcançou o objectivo de redução do Prazo Médio de Pagamento para 117 dias em 2008 sendo, consequentemente, possível que a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças venha a agravar, a título de penalização contratual, a taxa de juro aplicada no empréstimo concedido pelo Estado", diz a auditoria hoje divulgada. Estou mesmo a ver a lengalenga que não será engendrada no sentido de dizer que, por isto e por aquilo, o Sócrates é o culpado. Em última instância, porventura, a Constituição da República!
Ora, o que isto revela é uma tamanha irresponsabilidade governativa e, a quem o sector público deve, uma enorme desconsideração, mormente pelo sector empresarial, afogado em dívidas, portanto, a necessitar que os créditos sejam rapidamente pagos. Mas revela também o enorme sufoco financeiro que o governo atravessa pelo efeito de bola de neve de muitos anos de investimentos megalómanos. Era inevitável que a Região chegasse a este ponto.
O problema, do meu ponto de vista, nunca foi a famigerada (para alguns) Lei das Finanças Regionais, mas os investimentos desproporcionais à capacidade de resposta da Região, concretizados ao longo dos anos e que não tiveram e não têm um retorno económico, social e cultural. E hoje a Região está a pagar tudo isto sendo o dinheiro muito escasso em função de tanta factura por pagar. Preferível teria sido menos ambição e maior desprendimento por esse louco desejo de em tudo ver a eleição seguinte e não a geração seguinte.

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