O presidente do governo regional assumiu, ontem, que os investimentos públicos evitavam o colapso económico. Afirmou: "quando um Governo e uma Câmara fazem política de obras públicas têm de contratar as empresas privadas que vão fazer essas mesmas infra-estruturas. E nessas empresas privadas é necessário haver trabalhadores que vão ter emprego e salários, que depois vão fazer compras no mercado, no supermercado, nas lojas. Nesses estabelecimentos estão, portanto, também outras pessoas empregadas que, caso não existe clientela, não tinham emprego". Falou do óbvio mas sem profundidade, isto é, distante de uma teoria portadora de futuro. Ninguém questionou: e sendo o espaço geográfico da região muito limitado como sobreviverão as pessoas quando as ditas obras públicas, inevitavelmente, sofrerem (já estão) um significativo abrandamento? Por extensão, estará ou não em causa o modelo económico muito dependente do sector público? Por quanto tempo mais a monocultura (assente na teoria keynesiana, "como se Keynes tivesse sido empreiteiro", na feliz síntese do Dr. Carlos Pereira) terá sucesso? Uma significativa parte do número de desempregados não será consequência da ausência de diversificação da economia? E que tipo de desenvolvimento económico nos interessa? Enfim, tantas questões que poderiam e podem ser colocadas naquela como em outras oportunidades congéneres. Apenas ele fala e vende o seu peixe. Pelo preço que quer. E a maioria engole.
Diz o Professor de Economia Carlos Santos sobre o básico do keynesianismo: "a oferta de produtos de maior valor acrescentado só surge se houver uma expectativa por parte dos empresários de procura. Ninguém vai criar empresas para produzir e acumular indefinidamente stocks porque não espera vender nada. As expectativas são tudo na economia". Ora, o presidente do governo não diz como vai promover expectativas de procura de bens e serviços quando se mantém numa lógica de crescimento que é, obviamente, finita. Acrescenta o Professor: "há desprezo completo das expectativas empresariais" pelo que o Dr. Jardim, digo eu, não compreendeu ainda as lições do fracasso de algumas economias.
Foto: Google imagens.
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