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sábado, 17 de outubro de 2009

PRESIDENTE SEM MEMÓRIA

Numa cerimónia comemorativa do centésimo aniversário do "Liceu" Camões, o Senhor Presidente da República referiu que falta ao país "ir muito mais longe na qualidade e na competitividade" dos sistemas de educação e formação, "tendo em conta os padrões europeus" com o Portugal se compara. Nos dias de hoje, destacou, "completar o ensino secundário e avançar o mais possível nos estudos é uma questão de justiça social". “Passou-se de uma escola selectiva para uma escola inclusiva", que, acrescentou, "tem de ter lugar para os melhores, que devem poder expandir as suas capacidades, mas tem igualmente que saber acolher, apoiar e desenvolver todos os que aí chegam com menos potencial, seja por razões de natureza individual, seja por condições sociais ou familiares desfavoráveis".
É evidente que só posso estar de acordo com estas declarações. Só que não deixam de ser palavras, palavras e mais palavras de circunstância, quando o Doutor Cavaco Silva foi Primeiro-Ministro de Portugal, durante dez anos consecutivos, com duas maiorias absolutas e não não soube agarrar o problema da Educação como bandeira, susceptível de garantir o cumprimento das suas próprias palavras e convicções. Recordo que quem hoje assim fala teve cinco ministros da Educação em dez anos (João de Deus Pinheiro, Roberto Carneiro, Diamantino Durão, Couto dos Santos e Manuela Ferreira Leite) numa média de dois anos cada um. Dir-se-á que ninguém aqueceu o lugar. Diamantino Durão esteve pouco mais de cinco meses como Ministro. E atenção, num período (1985-1995) determinante para a implementação de políticas das quais, hoje, passados mais de vinte anos (24) poderíamos estar a beneficiar dos grandes projectos educativos de qualidade e de excelência que o Presidente hoje fala com tanto entusiasmo. Sinceramente, ou a memória curta ou então está a brincar à política.

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