A ressaca do drogado é procurar mais droga; a ressaca do governo é procurar mais cimento.
É caso para dizer que está tudo tecnicamente falido. Apesar disso continuam a anunciar obras. As peças que o jornalista Miguel Torres Cunha tem vindo a publicar no DN-Madeira, provam isso mesmo, que a situação é muito grave e, assumo eu, não se resolve nem com a Lei das Finanças Regionais, tampouco com o recurso a novos endividamentos. O problema é estrutural e está directamente ligado às mudanças de políticas que deverão ser introduzidas. Os comportamentos políticos deste governo regional dão a entender que não sabe fazer outra coisa senão obrar cimento por todos os cantos. A ressaca do drogado é procurar mais droga; a ressaca do governo é procurar mais cimento.
Chega, parem, fujam do abismo e repensem o modelo económico. Ainda ontem divulgou o Diário, relativamente às Sociedades de Desenvolvimento: "As empresas acumulam prejuízos de 98,5 milhões e o negócio gerado paga 18% dos custos. Para evitar a falência vem aí um novo empréstimo de 100 milhões". A edição de hoje sublinha que a "SAÚDE deve 147 milhões às empresas e outros 275 aos bancos". Ora, isto é de loucos, configura desnorte e é crime na perspectiva de uma garantia de segurança em relação às gerações futuras. Estão a hipotecá-las. Ninguém na sua vida privada, portador de um mínimo de sensatez, racionalidade e equilíbrio, mesmo aqueles com algum desafogo financeiro, se atreve, em consciência, gastar mais do que é aceitável. Porém, com o dinheiro dos impostos de todos nós, num período que exige sérias cautelas, inovação, criatividade e alteração do modelo económico, porque a dívida já é incontrolável, há responsáveis políticos a denunciar comportamentos absolutamente inauditos. É crime, repito! Se fizessem o mesmo na vida privada, estou certo que muitos já estariam condenados e presos.
Mas será que não há ninguém que coloque um travão nisto? Que diga basta, que proponha uma aturada reflexão no sentido de encontrar soluções susceptíveis de, paulatinamente, gerar as condições que denunciem a existência de uma janela de esperança? Afinal, o que fazem, o que discutem e o que dizem no decorrer dos plenários do governo? Apenas subserviência? Não há ali uma alminha, um pouco mais liberta e consciente, que olhe para o chefe do governo e diga que este é o caminho da falência? Que abra os olhos e suscite uma reflexão? Certamente, que não. É óbvio que ninguém se atreve. Para ali estar necessário se torna ser obediente, fiel, falar apenas quando questionado e cumprir a receita. É esta a imagem que ressalta para o exterior. Aliás, sempre foi assim. Hoje, talvez, de forma mais refinada, por isso todos se agacham, mas também todos são cúmplices. O problema é que estamos todos na mesma embarcação, no meio da turbulência, das ondas alterosas, sem terra à vista, comandados por um homem, que disponho de sofisticados instrumentos de navegação, continua a se guiar pelas estrelas e pelas convicções pessoais, que, talvez por ali, se chegue a bom porto. Penso que vai dar à costa, se encontrar a costa!
É caso para dizer que está tudo tecnicamente falido. Apesar disso continuam a anunciar obras. As peças que o jornalista Miguel Torres Cunha tem vindo a publicar no DN-Madeira, provam isso mesmo, que a situação é muito grave e, assumo eu, não se resolve nem com a Lei das Finanças Regionais, tampouco com o recurso a novos endividamentos. O problema é estrutural e está directamente ligado às mudanças de políticas que deverão ser introduzidas. Os comportamentos políticos deste governo regional dão a entender que não sabe fazer outra coisa senão obrar cimento por todos os cantos. A ressaca do drogado é procurar mais droga; a ressaca do governo é procurar mais cimento.
Chega, parem, fujam do abismo e repensem o modelo económico. Ainda ontem divulgou o Diário, relativamente às Sociedades de Desenvolvimento: "As empresas acumulam prejuízos de 98,5 milhões e o negócio gerado paga 18% dos custos. Para evitar a falência vem aí um novo empréstimo de 100 milhões". A edição de hoje sublinha que a "SAÚDE deve 147 milhões às empresas e outros 275 aos bancos". Ora, isto é de loucos, configura desnorte e é crime na perspectiva de uma garantia de segurança em relação às gerações futuras. Estão a hipotecá-las. Ninguém na sua vida privada, portador de um mínimo de sensatez, racionalidade e equilíbrio, mesmo aqueles com algum desafogo financeiro, se atreve, em consciência, gastar mais do que é aceitável. Porém, com o dinheiro dos impostos de todos nós, num período que exige sérias cautelas, inovação, criatividade e alteração do modelo económico, porque a dívida já é incontrolável, há responsáveis políticos a denunciar comportamentos absolutamente inauditos. É crime, repito! Se fizessem o mesmo na vida privada, estou certo que muitos já estariam condenados e presos.
Mas será que não há ninguém que coloque um travão nisto? Que diga basta, que proponha uma aturada reflexão no sentido de encontrar soluções susceptíveis de, paulatinamente, gerar as condições que denunciem a existência de uma janela de esperança? Afinal, o que fazem, o que discutem e o que dizem no decorrer dos plenários do governo? Apenas subserviência? Não há ali uma alminha, um pouco mais liberta e consciente, que olhe para o chefe do governo e diga que este é o caminho da falência? Que abra os olhos e suscite uma reflexão? Certamente, que não. É óbvio que ninguém se atreve. Para ali estar necessário se torna ser obediente, fiel, falar apenas quando questionado e cumprir a receita. É esta a imagem que ressalta para o exterior. Aliás, sempre foi assim. Hoje, talvez, de forma mais refinada, por isso todos se agacham, mas também todos são cúmplices. O problema é que estamos todos na mesma embarcação, no meio da turbulência, das ondas alterosas, sem terra à vista, comandados por um homem, que disponho de sofisticados instrumentos de navegação, continua a se guiar pelas estrelas e pelas convicções pessoais, que, talvez por ali, se chegue a bom porto. Penso que vai dar à costa, se encontrar a costa!
"Quando não se sabe para onde se vai, obviamente, qualquer caminho serve" (in, Alice no País das Maravilhas).
Ilustração: Google imagens.
Ilustração: Google imagens.
5 comentários:
Quanto devem a REFER, a TAP e a RTP?
Há a super-vítima: J SOCRATES.
O caso da licencatura num domingo, o dos projectos de casas, os da TVI, os da Face Oculta, o do Freeport, o da publicidade nos media amigos, etc.
Ah: o tal administrador da PT, ex-JS, hoje com 36 anos, nomeado para a PT há 4 anos, ganha 2,5 milhões de euros por ano.
Obrigado pelo seu comentário.
Meu caro(a),
Mas porque raio tanta preocupação com o que se passa no espaço Continental? Que razão substantiva nos leva a tanta preocupação em apagar a casa do lado quando a nossa está em chamas?
Não me leve a mal, mas não consigo perceber. Temos tido dinheiro, a Região vangloreia-se do epíteto de "Madeira Nova", o que significa que houve responsabilidade europeia e nacional, e estamos nós preocupados com Engº Sócrates, a PT, etc. etc.! Pensemos na nossa terra, nos desequilíbrios, na pobreza, no desemprego, na falência dos sistemas educativo e de saúde e procuremos soluções para a monumental dívida. Pensemos, porque dispomos de órgãos de governo próprio, nas saídas possíveis para esta monumental crise. Um governo não se pode comportar ao jeito de mau aluno que chega a cas e diz aos pais: perdi o ano mas o José também perdeu!
Achei graça comparar o cimento e a droga. Como têm graça as campanhas antidroga. Uma sociedade que, a nível mundial, colectivamente se destrói ao destruir os ecosistemas do planeta que a sustenta tem a "lata" de querer impedir quem se queira autodestruir individualmente.
O respeitinho é muito bonito: pra morrer sim, mas ao nosso ritmo.
Porque tem de ser a Madeira a pagar pelos problemas do País?
Só nós é que não nos poderemos endividar e ter deficite?
Mesmo que dentro de limites razoáveis pré-estabelecidos (pela LFR)?
Enquanto os socialistas endividam o País à fartazana?
Como quer que se combata a crise e que se crie emprego na fase actual sem ser à conta de deficite e dívida? (dirá Teixeira dos Santos).
Mas a Madeira não...
Deve ser difícil para si, ser socialista com esta pratica socialista...
Com amigos desses, é meio caminho para ficar a falar sozinho...
Obrigado pelos vossos comentários.
As minhas posições são genuínas e apenas vinculam a minha pessoa. Preocupa-me a Madeira, porque é aqui que nasci e vivo. Do País que também amo pela sua História, apenas quero responsabilidade. Prescindo da palavra SOLIDARIEDADE!
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