Satisfeitos, vão de abalada, porque o dinheiro não tem pátria, pouco se ralando com o rasto de miséria em muitos campos do bem-estar social. 
Não é, certamente, a Lei das Finanças Regionais, esta ou outra qualquer, que determinará a solução da grave situação da Madeira e, por extensão, um futuro melhor para os madeirenses. Não é por aí e as pessoas sabem disso. Os políticos também. O Povo, pelo menos aquele que acompanha de perto os meandros da actividade política, sabe, que ao longo de trinta e quatro anos de maioria absolutíssima de um partido, houve opções políticas correctas, que ninguém faria melhor, mas também, muitas e muitas estratégias completamente erradas que vieram a determinar o beco de difícil saída no qual madeirenses e portosantenses se encontram.
Parafraseando um autor que há muito li, este governo construiu, paulatinamente, a arma da sua própria destruição. Não foi prospectivo, não desenhou o futuro, ignorou os sinais, governou sempre na esteira da eleição seguinte e não da geração seguinte. O seu mentor foi político, jamais estadista. E foi por isso que aqui chegámos, com uma dívida pública que hipoteca a estabilidade presente e futura. Ao contrário do que a propaganda faz correr, não se trata de um ataque da República à Região, mas a consequência de uma maioria política local que não soube gerar as condições de um crescimento e desenvolvimento sustentáveis.
E, hoje, o mentor da estratégia arma-se em vítima, atira para longe responsabilidades exclusivamente suas e, pior do que isso, enraíza, diariamente, na população, o discurso da luta contra o "inimigo da Madeira", contra o "ditador Sócrates", como se ele (Sócrates) com tantos problemas estruturais que o país apresenta, tivesse tempo para desenvolver qualquer "obsessão face à única parcela do território nacional que nunca se entregou ao socialismo". Mas é precisamente este tipo de declarações que sobressai, que a ignorância altifalante propagandeia e que está por aí semeada. Obviamente que não são 80 nem 160 milhões que resolvem o desastre da governação. Poderia, até, a LFR, disponibilizar, para já, 1.000 milhões que ainda ficariam mais de 4.000 milhões pregados no tecto.
Ora, o problema sempre foi de indisciplina orçamental, de ausência de rigor nos investimentos, de inversão de prioridades, de desmedida ambição em função da realidade local e da conjuntura nacional, de ausência de uma economia adaptada às circunstâncias, pressupostos estes que rejeitariam, liminarmente, as megalomanias, os investimentos não prioritários e a subsidiodependência e o proteccionismo de vários sectores da sociedade. Uma coisa é gerar a melhoria das condições de vida da população, outra, é gastar (investir é um outro conceito) em projectos que apenas satisfazem os lobies que se sentam à mesa do orçamento. Satisfeitos, vão de abalada, porque o dinheiro não tem pátria, pouco se ralando com o rasto de miséria em muitos campos do bem-estar social. O problema reside aí, tem muitos anos, sofre do efeito de soma que atingiu o limite por clara incapacidade governativa.
É a dívida directa (1.100 milhões), a indirecta (1.500 milhões no final de 2010), a dívida do sector público empresarial (1.000 milhões), entre muitas outras, que estão a pesar nesta herança de mais de 5.500 milhões de euros bloqueadores de uma saudável actividade económica. O garrote foi aqui criado, depois do ex-Primeiro-Ministro António Guterres, em 1998, ter mandado apagar uma dívida, na altura, de 110 milhões de contos.

Não é, certamente, a Lei das Finanças Regionais, esta ou outra qualquer, que determinará a solução da grave situação da Madeira e, por extensão, um futuro melhor para os madeirenses. Não é por aí e as pessoas sabem disso. Os políticos também. O Povo, pelo menos aquele que acompanha de perto os meandros da actividade política, sabe, que ao longo de trinta e quatro anos de maioria absolutíssima de um partido, houve opções políticas correctas, que ninguém faria melhor, mas também, muitas e muitas estratégias completamente erradas que vieram a determinar o beco de difícil saída no qual madeirenses e portosantenses se encontram.
Parafraseando um autor que há muito li, este governo construiu, paulatinamente, a arma da sua própria destruição. Não foi prospectivo, não desenhou o futuro, ignorou os sinais, governou sempre na esteira da eleição seguinte e não da geração seguinte. O seu mentor foi político, jamais estadista. E foi por isso que aqui chegámos, com uma dívida pública que hipoteca a estabilidade presente e futura. Ao contrário do que a propaganda faz correr, não se trata de um ataque da República à Região, mas a consequência de uma maioria política local que não soube gerar as condições de um crescimento e desenvolvimento sustentáveis.
E, hoje, o mentor da estratégia arma-se em vítima, atira para longe responsabilidades exclusivamente suas e, pior do que isso, enraíza, diariamente, na população, o discurso da luta contra o "inimigo da Madeira", contra o "ditador Sócrates", como se ele (Sócrates) com tantos problemas estruturais que o país apresenta, tivesse tempo para desenvolver qualquer "obsessão face à única parcela do território nacional que nunca se entregou ao socialismo". Mas é precisamente este tipo de declarações que sobressai, que a ignorância altifalante propagandeia e que está por aí semeada. Obviamente que não são 80 nem 160 milhões que resolvem o desastre da governação. Poderia, até, a LFR, disponibilizar, para já, 1.000 milhões que ainda ficariam mais de 4.000 milhões pregados no tecto.Ora, o problema sempre foi de indisciplina orçamental, de ausência de rigor nos investimentos, de inversão de prioridades, de desmedida ambição em função da realidade local e da conjuntura nacional, de ausência de uma economia adaptada às circunstâncias, pressupostos estes que rejeitariam, liminarmente, as megalomanias, os investimentos não prioritários e a subsidiodependência e o proteccionismo de vários sectores da sociedade. Uma coisa é gerar a melhoria das condições de vida da população, outra, é gastar (investir é um outro conceito) em projectos que apenas satisfazem os lobies que se sentam à mesa do orçamento. Satisfeitos, vão de abalada, porque o dinheiro não tem pátria, pouco se ralando com o rasto de miséria em muitos campos do bem-estar social. O problema reside aí, tem muitos anos, sofre do efeito de soma que atingiu o limite por clara incapacidade governativa.
É a dívida directa (1.100 milhões), a indirecta (1.500 milhões no final de 2010), a dívida do sector público empresarial (1.000 milhões), entre muitas outras, que estão a pesar nesta herança de mais de 5.500 milhões de euros bloqueadores de uma saudável actividade económica. O garrote foi aqui criado, depois do ex-Primeiro-Ministro António Guterres, em 1998, ter mandado apagar uma dívida, na altura, de 110 milhões de contos.A Lei das Finanças Regionais, repito, esta ou qualquer outra, nada resolverá, como não resolverá o recurso ao endividamento. Tampouco se resolve com atitudes desesperadas de saldo, isto é, precisamos de 160, pode ser 80, não, basta 50 milhões e o resto com "cheques pré-datados"!
Reconheço que a situação é dramática. Olho para as empresas, para os desempregados, para a pobreza, para a situação do sistema regional de saúde, para a falência do sistema educativo garante do nosso futuro, e, tudo isto, apavora. Obviamente que sim. Por isso, considero de mau senso e de uma grave falta de rigor estratégico não atacar o problema pela raiz.
E o problema está agora em determinar como resolver a situação a prazo, isto é, que negociação é possível no sentido de, por um lado, sem perda da Autonomia, travar o crescimento da dívida, por outro, esbater, num prazo razoável, a situação das finanças públicas sem que daí advenha graves constrangimentos para a população.
Mas, atenção, politicamente, esta situação deve trazer consequências. É óbvio que a situação a que se chegou não pode passar impune junto do eleitores. A sanção política e, sabe-se lá, criminal, terá de acontecer, tarde ou cedo. A Democracia impõe responsabilidades e essas devem ser apuradas.
Mas, atenção, politicamente, esta situação deve trazer consequências. É óbvio que a situação a que se chegou não pode passar impune junto do eleitores. A sanção política e, sabe-se lá, criminal, terá de acontecer, tarde ou cedo. A Democracia impõe responsabilidades e essas devem ser apuradas.
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Deveria começar por uma sindicância do ministério das finanças, à região, para apurar a realidade dos factos,antes que "os gajos" comecem a fugir.
Cumprimentos.
Obrigado pelo seu comentário.
O assunto é muito sério e complexo. Pessoalmente entendo que uma entidade independente deveria passar a pente fino a situação. Não bastam os relatórios do Tribunal de Contas sobre determinados dossiês. Há que ir muito mais além e determinar a realidade das finanças públicas. Este é um assunto que a todos nos deve preocupar, independentemente de filiações partidárias ou convicções ideológicas.
Enviar um comentário