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terça-feira, 8 de junho de 2010

AFINAL, SINCERAMENTE, O QUE PRETENDEM?


Cuidado... com a lavagem cerebral!

Tenho vindo a acompanhar algumas movimentações e desabafos que, sinceramente, deixam-me triste. Quando o quadro genérico da governação regional apresenta sinais preocupantes de quem não consegue encontrar soluções, quando, em contrapartida, o Partido Socialista, todos os dias, mostra-se tendencialmente pujante, sempre com novas ideias, novos questionamentos e novos projectos, leio e oiço, com algum tom de crítica, que passam a vida a fazer conferências de imprensa. Penso que não é justo nem salutar, na perspectiva do necessário esclarecimento das populações e para a criação de uma alternativa política.
Não há outra forma de chegar às pessoas senão através da Assembleia Legislativa, pelas conferências de imprensa e através dos contactos directos com as pessoas. Enquanto o poder, pela circunstância de ser poder, desfruta de dois, três e quatro palcos por dia para fazer valer as suas políticas, pergunto, como é que se pode assumir uma alternativa de poder, quando as "armas" são desiguais? Quando se sabe que é difícil, na Madeira, um jornalista fazer jornalismo de investigação, quando o Jornal da Madeira é um órgão de propaganda oficial, quando as rádios locais são retransmissoras da voz oficial, quando o próprio serviço público de rádio e televisão sofre enormes pressões, enfim, quando o poder não respeita os órgãos de comunicação social diária e não diária através de financiamentos equitativos? Pergunto, como, meus senhores? Expliquem-me, como?
Eu tenho presente as inúmeras matérias que foram apresentadas nesta Legislatura, entre outras, no sector económico, no sector financeiro, na educação, nos assuntos sociais e saúde, propostas importantes, estudadas, que contaram com muitas colaborações e, sendo este um facto, pergunto, como chegar às pessoas? Expliquem-me! Ter um jornal próprio, uma rádio própria, uma televisão própria? Talvez, mas isso é utópico, não há qualquer razoabilidade nessa opção. É que, meus Caros, nós lutamos, ainda, contra uma outra coisa: contra o estádio cultural em que o Povo se encontra. Lutamos contra uma teia de interesses que se estendem desde o governo, às autarquias, às Casas do Povo, ao associativismo em geral. Esta é a realidade. Se um Partido se demite da sua função de alternativa de poder, na procura de todos os meios disponíveis para chegar ao Povo, pergunto, uma vez mais, se essa demissão não entregará, de vez, o poder a quem tanto os meus Caros muitas vezes criticam!
Este foi, apenas, um desabafo, porque não gostei do que ouvi e li algures. Apenas um desabafo às consciências, não digo adormecidas, mas que, por vezes, têm deslizes. Eu também os tenho.
Ilustração: Google Imagens.

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