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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

UM POUCO DE RIGOR


Daí que, falar por falar, como se à mesa do café estivessem, em um "bate-papo" inconsistente, sem humildade, negando outras verdades com se a sua constituísse certeza absoluta, chega a ser chocante, pois não só denigre a classe e quem por esses caminhos se aventura, como a instituição que os acolhe.

Um dos pressupostos necessários a quem se aventura em uma abordagem de um qualquer tema, no mínimo, é ter a consciência tranquila que o estudou. Quem escuta deve ficar com a certeza que o transmissor fez esse esforço no domínio das variáveis em debate. Em uma aproximação a Ortega y Gasset, in A Rebelião das Massas, pág. 85, o filósofo clarifica: "(…) ter uma ideia é crer que se tem as razões dela (…) para que as ideias não sejam "apetites com palavras".
Galileu Galilei
Daí que, falar por falar, como se à mesa do café estivessem, em um "bate-papo" inconsistente, sem humildade, negando outras verdades com se a sua constituísse certeza absoluta, chega a ser chocante, pois não só denigre a classe e quem por esses caminhos se aventura, como a instituição que os acolhe. Recordo-me, há uns anos, um professor ter citado Woodrow Wilson, ex-presidente dos Estados Unidos: "Se eu for falar dez minutos, preciso de uma semana de preparação (…)". Isto significa que há um tempo necessário de ponderação sob pena de ligeireza discursiva, na lógica do que registei algures: "os mais arrojados em falar são, ordinariamente, os menos profundos em saber". Galileu Galilei (1564/1642), há tantos séculos (!), sublinhou que "falar obscuramente, qualquer um sabe; com clareza, raríssimos".
Bom, isto para dizer que somos bombardeados, até com discursos com traços de algum rancor, que só demonstra a inferioridade de quem os produz. Deveriam seguir aquilo que um professor deve ter presente quando ensina: ensinar a duvidar aquilo que está a ensinar.
Ilustração: Google Imagens.

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