Quando um político chega a este ponto, significa que perdeu, completamente, o senso da realidade, o bom senso que determinaria afastar-se, completamente, da cena política ou, procurar novas saídas se, enfim, deseja manter-se activo. Quando há mais vida para além da actividade política, quando há tanta coisa para fazer que não foi possível realizar em um determinado período, cursos, viagens, leituras, espectáculos, produção literária, seminários, família, sendo tanta a oferta, o seu desejo de permanência no poder só me leva a desconfiar sobre essa insistência em querer ser o "único importante" desta Região.
Exactamente na manhã do dia que o Senhor Presidente do Governo Regional foi assistido no Hospital Dr. Nélio Mendonça, estava eu a escrever um texto para este meu espaço, quando um telefonema me deu conta dessa situação. Por respeito, entendi não publicá-lo. A situação de saúde sendo complexa, exigia da minha parte uma atitude de decoro. Guardei-o. Hoje, publico-o, até porque, passado o mau momento, já é publicamente assumido que "governa" apesar de ainda se encontrar hospitalizado.
Com que então... a recandidatura (acabo de ler no DN) fica a dever-se à Maçonaria dentro do seu próprio partido, para lhe retirar o poder! O homem é de uma criatividade política, de uma incomensurável imaginação que deixa qualquer um espantado. Aquela cabeça prodigiosa não encontra um espaço, por ínfimo que seja, para que se dê um clique que o desperte para a realidade.
E a realidade é que ele não consegue observar ou é obrigado a negar, é que ele, há muitos anos, é o problema e não uma via para a solução do problema. Quando um político chega a este ponto, significa que perdeu, completamente, o senso da realidade, o bom senso que determinaria afastar-se, completamente, da cena política ou, procurar novas saídas se, enfim, deseja manter-se activo. Quando há mais vida para além da actividade política, quando há tanta coisa para fazer que não foi possível realizar em um determinado período, cursos, viagens, leituras, espectáculos, produção literária, seminários, família, sendo tanta a oferta, o seu desejo de permanência no poder só me leva a desconfiar sobre essa insistência em querer ser o "único importante" desta Região.
Ora, não se trata, obviamente, de uma questão de maçonaria, mas de um homem que perdeu o sentido do equilíbrio, da responsabilidade, incapaz de aceitar que tudo tem o seu tempo e que ele, politicamente, já teve o seu, de um homem que está refém de muitos interesses que ele próprio alimentou. Os interesses da corte que o rodeia. E não andarei longe da verdade, trata-se de uma mera conjectura, que a encenação que por aí anda, que envolve o Presidente da Câmara do Funchal, não seja, intencionalmente, criada para que ele surja como o "salvador", relegitimado pela maioria dos seus apaniguados. O Dr. Albuquerque, tarde ou cedo, sairá da Madeira pela amizade e apoio ao Dr. Passos Coelho (todos os ciclos políticos têm um fim) portanto, é a figura que "serve às mil maravilhas" para um certo contra-poder dentro do PSD. Ele será esmagado, localmente, e da fraqueza, o ainda presidente do PSD-Madeira encontrará a oportunidade para manter-se à tona de água. Repito, esta é uma leitura política possível, porque também está aos olhos de todos os observadores que o ainda presidente do governo não dá ponto sem nó!
Mas, julgo eu, há mais um aspecto que, certamente, o prende ao poder. Ele teme que se saiba a verdade, toda a verdade da Região. Os "armários" do governo devem estar cheios de segredos políticos guardados a sete chaves e que ele os teme que sejam do conhecimento público, teme que se conheça toda a trama. Um poder de 34 anos, obviamente, que tem fragilidades e essas, por vezes, são fatais na credibilidade política. Não faço juízos de valor quanto à seriedade pessoal, mas quanto à honestidade e à verdade política. É nessas que estou interessado. Tarde ou cedo, a verdadeira História será conhecida, tim-tim-por-tim-tim! Não me restam dúvidas.
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Meu Caro Amigo.
Lembre-se que o homem tem muita esperteza. Quando ele foi tropa estava integrado na PSICO-MILITAR. A esperteza já vem de longe. Ele não se deixará enredar, e quando chegar aos "REIS", já os ármários estão varridos. A Madeira será terra queimada, e ele espalhará todas as cinzas pelo mar em volta da ilha.
Já não lhe sobra tempo para uma saída airosa. O indivíduo julga-se insubstituível.
SALAZAR, também julgava-se insubstituível, é só uma questão de tempo...
Esperemos que o Povo acorde e se lembre que quando houver nova mudança em Portugal, possívelmente não será com cravos nos canos das espingardas, muito embora os tempos sejam outros.
Um abraço.
Obrigado pelo seu comentário.
O problema de tudo isto, da nossa triste realidade regional, é que já estão por aí a fazer a cama da continuidade. Basta ler a comunicação social de hoje!
Criticam mas, alto e parém o baile, este caldo morno serve a muito boa gente. É pena que poucos se lembrem do que foi a "evolução na continuidade" de Marcelo Caetano.
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