As incoerências políticas ficaram ainda mais à mostra, concretamente, há dinheiro para resolver o problema do "aterro", mas não há dinheiro para pagar um pouco mais de 2% a todos aqueles que auferem pensões muito baixas; há dinheiro para mais quatro piscinas, mas não há para resolver as dívidas do sector de saúde superior a 120 milhões de euros; há dinheiro para um estádio de futebol, mas não há para resolver a gravíssima situação em que se encontram os estabelecimentos de educação e ensino com elevadíssimos encargos assumidos e não pagos, e por aí fora. Uma vergonha política.
Com que então... hospital ao fundo! Nem mais. Há dez anos para cá constituia uma obra importante. Arrastaram-na no tempo com histórias e mais histórias. Por fim, era a luta com o governo da República no sentido de ser considerada uma obra de interesse comum, mas agora passa a segundo plano. No mesmo dia que anunciam obras no "aterro" a leste do cais da Cidade do Funchal. O que isto significa é que o governo está completamente à nora, desorientado, em conflito consigo próprio, sem rumo e descapiltalizado no pensamento estratégico e no cofre.
Vamos lá ver, até pode ser defensável esta súbita alteração, por circunstâncias várias, só que deveria ser explicada de uma forma absolutamente transparente e consistente. Não foi e certamente não será. Depois, são as incoerências políticas que ficam ainda mais à mostra, concretamente, há dinheiro para resolver o problema do "aterro", mas não há dinheiro para pagar um pouco mais de 2% a todos aqueles que auferem pensões muito baixas; há dinheiro para mais quatro piscinas, mas não há para resolver as dívidas do sector de saúde superior a 120 milhões de euros; há dinheiro para um estádio de futebol, mas não há para resolver a gravíssima situação em que se encontram os estabelecimentos de educação e ensino com elevadíssimos encargos assumidos e não pagos, e por aí fora. Uma vergonha política. Ainda hoje, a propósito, cruzei-me com um madeirense que vive no Curral das Freiras. Disse-me: "eu estou de acordo com a piscina que estão a fazer no Curral, mas a gente nem esgotos tem... vai tudo para a ribeira". Pois é, meu caro, no dia do voto, lembre-se disso - respondi-lhe.
Esta deliberação sobre o hospital, dez anos depois da assunção de uma responsabilidade política, terá de ser devidamente explicada. Pessoalmente, pressuponho, que o governo, ao deliberar hoje sobre a suspensão do projecto, está a colocar-se, atempadamente, a salvo da censura política com o aproximar do acto eleitoral legislativo de Outubro próximo. Só que as incoerências são muitas, as fragilidades enormes e, portanto, a explicação terá de ser dada, na sede própria, na Assembleia Legislativa da Madeira. E aqui vamos...
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Amigo, depois de tratados, os esgotos têm de ir para algum sítio. Para onde acha que devem ir os esgotos no Curral das Freiras?
Obrigado pelo seu comentário.
Apenas destaquei as palavras de um encontro casual...
Penso que o que essa pessoa me quis transmitir foi a questão das prioridades.
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