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sábado, 5 de fevereiro de 2011

LINGUAGEM IMPRÓPRIA


Eu que passei uma vida a educar, a fazer com que os meus alunos soubessem interpretar e decifrar os sinais correctos dos incorrectos, os comportamentos de boa e de má educação, chego a este momento e dou com um homem político, com mais de seis dezenas de anos em cima do lombo, que não percebe que, quando fala, tem de ter em atenção os efeitos das suas mensagens.



Há gente que precisa
de limpar a boca!


Não é que seja estranho, até porque há muito que os limites foram ultrapassados. Se eu fosse aqui a enumerar as palavras, as frases, os insultos, a falta de maneiras, as descortesias, enfim, por aí fora, daquele que deveria ser, de corpo inteiro, o "Senhor Presidente do Governo Regional", teria aqui uma longa história para narrar. Não seria enfadonha, pela curiosidade, mas muito triste, certamente.
Agora, oiço o presidente a dizer que o PS andou "defecar" a paisagem com uma série de cartazes. Disse defecar, com toda a certeza, para não dizer outra coisa que todos terão em pensamento. E eu pergunto, se isto são maneiras de um presidente falar?
Ora, desde logo é tão legítimo e legal o PS colocar uns cartazes políticos por toda a Região, como é legítimo o PSD desejar "Boas-Festas" num painel luminoso durante as festas de Natal e Fim-de-Ano. Só não sei se cada um daqueles painéis luminosos, espalhados pela cidade, teve contador de energia eléctrica próprio ou se estavam todos ligados à rede pública. Um caso para saber? O PS que também apoiou a candidatura de Manuel Alegre teve o cuidado de retirar os cartazes do candidato, do centro do Funchal, durante o período de festas, mas o PSD manteve o cartaz claramente político de Boas-Festas. 
Sinceramente, eu que passei uma vida a educar, a fazer com que os meus alunos soubessem interpretar e decifrar os sinais correctos dos incorrectos, os comportamentos de boa e de má educação, chego a este momento e dou com um homem político, com mais de seis dezenas de anos em cima do lombo, que não percebe que, quando fala, tem de ter em atenção os efeitos das suas mensagens, sobretudo junto daqueles cuja capacidade de interpretação é limitada. E depois ficam espantados com a indisciplina na escola, com o vómito de palavras impróprias nas salas de aula, nos corredores e nos pátios. Aquela palavra não constitui uma obscenidade, quando comparada com tantas outras acompanhadas de gestos, mas transporta e incorpora uma carga que qualquer sujeito, com um mínimo de bom senso, evitaria. Por outras razões, o Dr. Raimundo Quintal, ainda hoje, assume "Chega de Comer e Calar". É tempo, de facto, de considerar que este senhor está a mais no processo político regional. Ele e muitos outros que se arrastam pelas cadeiras do poder há trinta e tal anos.
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

Pica-Miolos II disse...

Senhor Professor
O "Senhor" Presidente do Governo não tem culpa; está-lhe nos genes!
É preciso não esquecer que o seu avô era boieiro...especialista em falar com bois!

Anónimo disse...

Se o avô falava com bois, o neto fala para as "bestas" que o elegem .