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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

TODOS OS PRODUTOS TÊM UM PRAZO DE VALIDADE


Os movimentos começam assim, por uma fase psicológica, de influência, de tomada de consciência, de formação de opinião, até que um dia a marcha se torna irreversível. Penso que a população se encontra na fase psicológica, de interrogação e de cruzamento de dados. E se bem que os contextos sejam substancialmente distintos, as imagens que vêm do exterior, potenciam a formação de uma opinião local, sobretudo quando existe um denominador comum: o longo tempo de governação.

O prazo de validade já foi ultrapassado. Aliás, todos os produtos, inclusive, os "produtos" políticos, não devem ser consumidos para além do seu tempo. Isto para dizer que o "produto" político PSD-M, cuja primeira referência é o seu presidente, Dr. Alberto João Jardim, anda a criar, metaforicamente, um sério problema de "saúde pública". Há muito tempo, saliento, com sintomas cada vez mais graves. Um problema grave na "saúde" da economia e finanças regionais, nas opções estratégicas de desenvolvimento e nos padrões aceitáveis no bem-estar da população. Tudo isto está em colapso, sendo sensível o completo desnorte da governação.
Aliás, os sinais vindos da população são muito claros. Por todo o lado, é crescente o desconforto, desde gente mais humilde até aos mais qualificados. Basta ouvir os desabafos junto da comunicação social, olhar para os movimentos de cidadania activa em contraponto com as sucessivas declarações do Presidente do Governo. Basta estar atento à instabilidade do grupo parlamentar do PSD na Assembleia, excessivamente nervoso e preocupado. Ainda na passada semana, no projecto intitulado "Acréscimo regional ao montante do complemento solidário para idosos", coisa que não é habitual, constatei quatro deputados a utilizarem o tempo para intervenções. A normalidade é que apenas um faça a defesa de um ponto de vista. Logo ali foram quatro! E prolongaram a sessão até que se esgotassem as intervenções, claramente com receio que a continuação do debate ficasse para a sessão seguinte.
Há sinais importantes que testemunham que o "poderoso" e "estável" navio naufraga, lenta, mas seguramente. Chegará o dia de muitos dele saltarem. À nossa maneira de gente pacífica que escolhe o momento e o meio para exprimirem o seu descontentamento, julgo que existe aqui qualquer coisa de Tunísia, de Egito, de Líbia e por aí fora, isto é, sinais de contido azedume, quando dou comigo a ler, na minha caixa de correio, "quem quer o Alberto João fora da governação da Madeira?". Ora, os movimentos começam assim, por uma fase psicológica, de influência, de tomada de consciência, de formação de opinião, até que um dia a marcha se torna irreversível. Penso que a população encontra-se na fase psicológica, de interrogação e de cruzamento de dados. E se bem que os contextos sejam substancialmente distintos, as imagens que vêm do exterior, potenciam a formação de uma opinião local, sobretudo quando existe um denominador comum: o longo tempo de governação. Não há quem suporte, vinte, trinta e mais anos de um mesmo político na liderança. É tempo demais. Portanto, está na hora de outros pegarem nesta terra, com inteligência, moderação e com um alto sentido de responsabilidade. E nesse aspecto, por mim, as dúvidas estão dissipadas, só o PS o poderá fazer, naturalmente, através de acordos parlamentares após o acto eleitoral de Outubro próximo. A Madeira terá de encontrar, urgentemente, um rumo no desnorte que por aí vai, quando é certo que a continuação deste quadro político só trará tragédia política, económica, social e cultural. Repito: todos os produtos têm um prazo de validade.
Ilustração: Google Imagens.

1 comentário:

Pica-Miolos II disse...

Senhor Professor
Em matéria de validade, a ASAE deveria ter a sua esfera de competências alargada...a bem da saúde pública.