Retiram, hoje, mais 10% no salário, amanhã, sobem o IMI tornando-nos inquilinos do Estado, cobram um imposto extraordinário, voltam para um despedimento mais facilitado e uma indemnização cada vez mais curta, pagam subsídios em prestações, com taxas em cima de taxas, aumentam tudo o que tenha a ver com necessidades fundamentais, a energia, a água, o gás, os transportes, os alimentos, a educação e a saúde, logo de seguida mais um aperto nos aposentados e pensionistas. Entretanto, privatizam tudo em nome da tal salvação! Ficaremos com um país pertença de outros, porque o fanatismo ideológico leva-os a considerar que o dinheiro não tem pátria. Um povo que se desse ao respeito já tinha resolvido esta questão. A bem ou a mal.
Invade-me um sentimento de revolta. Podem roubar-me mais uns euros que continuarei a viver, comparativamente a milhões esmagados por uma austeridade impiedosa. Sinto o confisco, a pouca-vergonha de todos os dias uma mão bem visível, sorrateiramente, pegar na carteira e retirar mais uma nota. Sinto a frustração de não poder reagir a esta revolta que ultrapassa a esfera pessoal. Ela encaixa-se numa análise mais vasta, a do país entregue a um bando de embaixadores políticos de uma máfia internacional que devora tudo à sua volta. Sem um único tiro fazem sangue por todo o lado. São insensíveis e fanáticos tal como uma seita que imola o povo pela sua salvação! Frios, calculistas, obedientes, bem-falantes, vendem tudo, todas as riquezas nacionais, tudo em nome da salvação. Falam de cima da carroça, agitam fantasmas e mentem. A banha-de-cobra nunca esteve tão em alta, através de uma oratória bem estruturada. Tudo pela salvação, mesmo que, pelo caminho, muitos morram, outros passem fome, as crianças cheguem aos hospitais com sinais de subnutrição, as escolas tenham de funcionar como remediadoras sociais, a emigração e a desestruturação familiar aconteçam debaixo dos seus olhos.
Retiram, hoje, mais 10% no salário, amanhã, sobem o IMI tornando-nos inquilinos do Estado, cobram um imposto extraordinário, voltam para um despedimento mais facilitado e uma indemnização cada vez mais curta, pagam subsídios em prestações, com taxas em cima de taxas, aumentam tudo o que tenha a ver com necessidades fundamentais, a energia, a água, o gás, os transportes, os alimentos, a educação e a saúde, logo de seguida mais um aperto nos aposentados e pensionistas. Entretanto, privatizam tudo em nome da tal salvação! Ficaremos com um país pertença de outros, porque o fanatismo ideológico leva-os a considerar que o dinheiro não tem pátria. Um povo que se desse ao respeito já tinha resolvido esta questão. A bem ou a mal. Simplesmente porque há limites que a dignidade não deve ser vendida. A engrenagem externa é sofisticada e eles sabem que há que aproveitar a onda política que varre esta Europa que sucumbe. A ordem é a de agora ou nunca. É encher a mula, rapidamente, enquanto o povo, de braços caídos, espera e desespera.
NOTA
Opinião, da minha autoria, publicada na edição de hoje do DN-Madeira.
NOTA
Opinião, da minha autoria, publicada na edição de hoje do DN-Madeira.
Ilustração: Google Imagens
3 comentários:
Tenho feito muitas colagens sob o titulo A CORJA, como se iniciou a conspiração para levar o Passos Coelho ao pote, mas não seu como enviar. Pode dar o seu mail? Obrigada
Pode remeter para:
joaoandreescorcio@gmail.com
Muito obrigada, vou enviar por partes como os antigos filmes que ia ver com o mau Pai que era um cinéfilo compulsivo e pegou-me a doença, até que fui ao quarteto ver a Rosa Purpura do Cairo pela enesima vez. Quando´se acenderam as luzes o outro louco que estava na sala - éramos 2 - tinha batido a bota por isso tinha ouvido um ronco mas pensei que ele estava a ressonar. Assim curei a doença de ir almoçar uma sandes para o Cinema. Quem me dera ser do Funchal para votar nesse homem tão simpático. Cumprimentos
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