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sexta-feira, 19 de julho de 2013

A "SELVAGEM" HIPOCRISIA


O Diário de Notícias de Lisboa traz como manchete: "Cavaco elogia luta contra ratos e coelhos que destruíram a riqueza". Na política as palavras têm um contexto, mas também podem assumir outras leituras conotativas que o emissor constrói através de um pensado jogo de palavras. Perguntar-se-á, então, em função da crise política e da sua última intervenção aos portugueses, quem são, politicamente, os ratos e coelhos que "destruíram a riqueza"? Ele não falou da natureza, mas de riqueza! Qual riqueza, a do País? Só ele saberá se de "roedores políticos" falava ou da defesa daquele santuário natural através da paixão profissional dos vigilantes que ali passam semanas. Se as suas palavras assumiram um sentido conotativo, ora bem, poder-se-á dizer, então, que enquanto "vigilante" da Nação, não tem sabido seguir o livrinho (Constituição) para controlar a rataria política e a coelhada que colocou a "riqueza" do País que estava a cair 0,9%, em 2011, e hoje cai 4%; a taxa de desemprego que era de 12,1% e que passou para 17,6%; a dívida pública que era de 107% do PIB e passou para 127%; o défice que quase chegava aos 9% e que hoje é de 10,6%. E, perante isto, questiono se o Supremo "vigilante" da Nação pode dar-se ao luxo de adiar 12 meses para perguntar ao povo qual o caminho que deseja seguir. É que, Senhor Presidente, nós não somos cagarras!


Duas notas:
Primeira. Confrontado pelos jornalistas sobre as suas relações com Cavaco Silva, Alberto João Jardim, na Selvagem Grande, disse: “Só o senhor Presidente me ajudou neste vale de lágrimas”. Se foi sincero demonstrou, simultaneamente, uma "selvagem" hipocrisia; se foi irónico, deu a entender que continua sem respeito por ninguém. Enquanto Presidente da República não nutro qualquer simpatia e disso tenho aqui dado conta, da mesma forma que o presidente do governo não gosta do "Sr. Silva", todavia, manda o respeito e a dignidade institucional outra forma de comportamento e de relacionamento. Atirar, em determinados momentos, venenosas setas à figura do Presidente e, olhos nos olhos, referenciá-lo como o único que o "ajudou" só pode ter a classificação de hipócrita. Coisa que não é de estranhar, valha a verdade, pois esse sempre foi o seu registo político. Lembro-me quando assumiu, julgo que em Fevereiro de 2005, que "é preciso ter a coragem de expulsar o senhor Silva, que não seria ninguém sem o partido que o apoiou". 
Se trago este tema para as minhas divagações diárias é porque me choca esta forma de actuação no exercício da política. É um mundo que me enoja, porque feito de cinismo, de gente que não dorme para gerir a porcaria do dia seguinte. Sempre no meio de sorrisos!
Segunda. O Diário de Notícias de Lisboa traz como manchete: "Cavaco elogia luta contra ratos e coelhos que destruíram a riqueza". Na política as palavras têm um contexto, mas também podem assumir outras leituras conotativas que o emissor constrói através de um pensado jogo de palavras. Perguntar-se-á, então, em função da crise política e da sua última intervenção aos portugueses, quem são, politicamente, os ratos e coelhos que "destruíram a riqueza"? Ele não falou da natureza, mas de riqueza! Qual riqueza, a do País? Só ele saberá se de "roedores políticos" falava ou da defesa daquele santuário natural através da paixão profissional dos vigilantes que ali passam semanas. 
Se as suas palavras assumiram um sentido conotativo, ora bem, poder-se-á dizer, então, que enquanto "vigilante" da Nação, não tem sabido seguir o livrinho (Constituição) para controlar a rataria política e a coelhada que colocou a "riqueza" do País que estava a cair  0,9%, em 2011, e hoje cai 4%; a taxa de desemprego que era de 12,1% e que passou para 17,6%;  a dívida pública que era de 107% do PIB e passou para 127%; o défice que quase chegava aos 9% e que hoje é de 10,6%. E, perante isto, questiono se o Supremo "vigilante" da Nação pode dar-se ao luxo de adiar 12 meses para perguntar ao povo qual o caminho que deseja seguir. É que, Senhor Presidente, nós não somos cagarras!
Ilustração: Google Imagens.

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