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segunda-feira, 24 de março de 2014

A ALDRABICE POLÍTICA E OS PSEUDO-SALVADORES DA REGIÃO


A pergunta só pode ser uma: como é que há gente que ainda vai naquela palhaçada. Como é que há pessoas, mesmo que fervorosas adeptas de um partido, permitem que três horas antes de terminada uma reunião magna, as conclusões estejam publicadas no jornal da Madeira? Não seria isto, no mínimo, um motivo bastante para denunciar e acabar ali a pouca-vergonha? Motivo mais do que suficiente para se levantarem e se colocarem pela porta fora? Onde está a coluna da dignidade? Aceitaram, como cordeirinhos, o que os faz cúmplices de tudo quanto está a acontecer na Madeira sob a égide de um só homem ou de um "homem só". Está nas páginas do DIÁRIO: "(...) Pouco mais de meia hora depois do início dos trabalhos do Conselho Regional do PSD-M, já o Jornal da Madeira publicava, na sua página on-line, as conclusões que só seriam votadas mais de três horas depois". Ora, este quadro, obviamente, que sempre foi assim, pois "cesteiro que faz um cesto faz um cento". Ontem não foi o centésimo cesto, provavelmente a milionésima cacetada no lombo dos militantes. 



Em tempos li uma carta de contestação partidária assinada, não pelo militante x, mas do "meliante nº...". Na altura fui ver o significado da palavra meliante: "canalha, desordeiro, malandro, safardana, velhaco, patife". Ora, no exercício da política é o que mais existe. Gente que ocupa lugares de responsabilidade, mas no fundo comportam-se no quadro da permanente aldrabice. As pessoas são, apenas, um instrumento, mesmo que perante elas estejam uma ou duas horas a falar e a convencê-las de um dado caminho. Pessoas destas não interessam à política. Não interessam aos cidadãos. Primeiro estão eles e os seus directos e obedientes servidores, só depois quem dizem servir. São muitos anos "a virar frangos", a brincar com as pessoas, a tirar daqui e a colocar acolá, a enxotar, subtilmente, quem não interessa, a mostrar sorrisos pela frente e a cortar na casaca minutos depois, a abanarem a cabeça que sim e, logo de seguida, a fazerem o que a sua histórica matriz comportamental dita. E a política não é nem pode assentar num jogo de tabuleiro onde se mexem as peças a caminho do xeque-mate! A política não pode assentar na mentira, antes na verdade e na credibilidade. Mas ela está cheia de pessoas assim, obedientes e à espera que lhes caia da  mesa uns restos onde alguns se banqueteiam. Ora, quem se verga é, claramente, meliante!
Mas, regressando à essência do Conselho Regional do PSD, ocorrem-me várias leituras. Alguém acreditará que a publicação antecipada das conclusões foi um mero lapso? Não terá sido uma demonstração de força e de afirmação de um homem, exactamente como depreendi do texto do jornalista Agostinho Silva (DN): "(...) Nesta fase delicada da vida do partido e em particular neste humilhante arrastar das botas do seu líder, julgávamos que não haveria mais espaço para os enxovalhanços embriagados dos tempos áureos. Mas não. A "cereja em cima do bolo" aconteceu ontem, ali mesmo à frente de todos aqueles conselheiros atónitos: um badameco qualquer do partido, autorizado pelo chefe, engendrou mais uma publicação mentirosa no Jornal da Madeira, com conclusões e assuntos que nem foram discutidos. (...) a nojentice da liderança actual do PSD, a palermice dos seus conselheiros e o servilismo de um jornal que nos rouba mais de 10 mil euros por dia. (...) Informados em tempo útil da patifaria que o líder lhes tinha feito, mesmo assim os dóceis conselheiros do PSD cederam a mais uma ameaça e votaram como ele exigiu, impedindo que o partido abreviasse em seis meses a agonia em que se meteu". 
Mas a história não ficou por ali. A "nojentice" e a "palermice" do "chefe" continuou horas depois. Ontem, um comunicado do candidato Dr. Miguel de Sousa, porque o JM negou-lhe a publicidade do seu programa, sublinhou: "(...) segundo o dicionário da Porto Editora, "jornal é a publicação periódica constituída por uma série de folhas grandes de papel, dobradas em caderno, onde foram impressas notícias, reportagens, crónicas, entrevistas, anúncios e outro tipo de informação de interesse público". O Jornal da Madeira são só folhas dobradas sem conteúdo de interesse público. Pago à custa dos impostos de todos nós. Ou seja, cada madeirense fica com menos dinheiro para as suas despesas do mês para o governo pagar o Jornal. Esta é a verdade". Oh Dr. Miguel de Sousa, mas há quantos anos é assim? Quantas propostas foram chumbadas na Assembleia onde é Vice-Presidente? Quantos, ao longo de muitos anos, de forma por vezes asquerosa, naquele VERGONHOSO cartoon, foram e são enxovalhados. Portanto, aquilo que sublinha, "(...) a ânsia de ter razão faz mentir descaradamente sobre os outros (...) onde o seu mais ilustre escriba mente ao colocar na boca de dois bonecos, dois verdadeiros paus mandados, que eu proponho fechar o Jornal da Madeira" (...). Bom, a procissão ainda vai no adro, talvez, melhor, não saiu da igreja. Mais palavras para quê? 
Para já, tudo isto conduz a quatro leituras essenciais: primeira, quem são os culpados disto e onde estão as instituições da República?; segundo, esta gente há muito que não governa, apenas se entretém nos jogos de poder; terceiro, há muito que o povo os deveria colocar no sítio certo, na oposição, criando espaço para que novos e credíveis autores tomem conta desta terra que resvala abismo abaixo; quarto, a oposição que não brinque com um assunto que é muito sério. A alternativa política tem de ser colocada à consciência dos madeirenses e portosanteses. Rapidamente. Porque quem criou o problema não pode estar na mesa da solução.
Ilustração: Google Imagens.

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