Duas notas:
Primeira. Nunca gostei do politicamente correcto, simplesmente porque ele é falso, não enfrenta a realidade, ou melhor, tende a mascarar essa realidade. Quando o presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, diz, à saída do Palácio de Belém, que "o senhor Presidente da República está bem ao corrente da situação da Madeira", significa que prefere ser "politicamente correcto". Ora, se o Presidente da República conhece(ia) a situação da Região, pergunta-se, então, por que nunca actuou? Que razões o conduziram a um prolongado silêncio, consequência do qual estamos todos a pagar a factura do descalabro financeiro? Então, se conhece(ia) que razões subjazem à atitude de nunca ter remetido uma mensagem à Assembleia Legislativa, nos diversos quadros da governação regional? O politicamente correcto é exactamente isto: tratar-nos por parvos perante situações tão óbvias.
Segunda. A Assembleia Legislativa da Madeira continua, apesar da mudança de presidente, a incorrer numa situação que me parece injustificável. Li que foi o grupo parlamentar do PSD a apresentar e a aprovar o regimento específico da comemoração do 25 de Abril, na Assembleia Legislativa da Madeira. Porquê o PSD? Então não deverá ser a Mesa da Assembleia a apresentar, submeter a debate e aprovar o regimento? Dirão alguns que vai bater ao mesmo no que concerne à votação final. Pois, todavia o princípio é mais transparente e verdadeiro. E se não tivessem maioria, atreviam-se a apresentar uma proposta de regimento? Ora, enquanto a primeira situação se enquadra na atitude do quero, posso e mando, a segunda, transporta uma ideia de independência da Mesa quando assume uma proposta para debate. Isto, claro, partindo do princípio que o deputado, no exercício da presidência, é um presidente de todos e não de um grupo.
Aliás, o presidente do PSD, Miguel Albuquerque, no discurso de tomada de posse, socorreu-se de Gandhi e Mandela e o presidente da Assembleia, Tranquada Gomes, disse: "temos de privilegiar o diálogo entre nós" no âmbito de "consensos alargados". Ora, não bastam as palavras de circunstância, os exemplos de vida de Homens que marcaram a História, palavras que ficam bem, que se enquadram no tal politicamente correcto, embora depois os comportamentos sejam iguais aos do passado. O Regimento da Sessão do 25 de Abril foi proposto pelo PSD, o que deve merecer reflexão, simplesmente porque se a agulha não for mudada, obviamente que teremos o mesmo menu, por exemplo, para outros debates e para as comissões parlamentares de inquérito, que nunca produziram trabalho sério, antes concluíram pela verdade que mais interessava ao poder executivo. Um começo pouco transparente, digo eu, a evidenciar os mesmos tiques da época jardinista.
Aliás, o presidente do PSD, Miguel Albuquerque, no discurso de tomada de posse, socorreu-se de Gandhi e Mandela e o presidente da Assembleia, Tranquada Gomes, disse: "temos de privilegiar o diálogo entre nós" no âmbito de "consensos alargados". Ora, não bastam as palavras de circunstância, os exemplos de vida de Homens que marcaram a História, palavras que ficam bem, que se enquadram no tal politicamente correcto, embora depois os comportamentos sejam iguais aos do passado. O Regimento da Sessão do 25 de Abril foi proposto pelo PSD, o que deve merecer reflexão, simplesmente porque se a agulha não for mudada, obviamente que teremos o mesmo menu, por exemplo, para outros debates e para as comissões parlamentares de inquérito, que nunca produziram trabalho sério, antes concluíram pela verdade que mais interessava ao poder executivo. Um começo pouco transparente, digo eu, a evidenciar os mesmos tiques da época jardinista.
Ilustração: Google Imagens.
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