Finalmente, o PSD-M assume que é um partido de direita. Sentar-se à esquerda no hemiciclo do Parlamento da Madeira foi, durante anos, uma mistificação imposta por Alberto João Jardim, na "arte" de confundir o povo e irritar toda a oposição. Agora, definiram-se, e vão ocupar as bancadas onde sempre deveriam ter estado. Este aspecto não é, politicamente, de somenos importância. A opção traduz um posicionamento de princípios e de valores que acabará por marcar as próximas decisões políticas.
Eu não vou na história, alimentada por alguns, que, hoje, a direita e a esquerda se confundem, quando partem do pressuposto que todos reivindicam e propõem projectos semelhantes relativamente a todos os sectores da governação. É certo que alguns partidos resvalaram deixando a ideia que, mais coisa menos coisa, são parecidos. Desse fabricado chamamento que o quadro neoliberal foi criando, de natureza oportunista, alguns têm pago caro nas urnas, pelo que se assiste a uma recomposição e reposicionamento ideológico, ténue, é certo, mas muito evidente no discurso político. No essencial tendem para uma clarificação, fundamentalmente, nos direitos sociais e nos caminhos da economia. Enquanto a esquerda, na sua génese, tem um olhar de permanente preocupação pelas pessoas, pelas questões sociais, a direita, embora ultimamente tenha vindo a acenar com esse discurso, a sua práxis fica marcada por um afastamento relativamente às necessidades sentidas.
Ao sentar-se à direita do hemiciclo, o PSD-M, assume, em definitivo, a sua matriz ideológica. Resta-nos aguardar pelo Programa de Governo, porque aí será clarificador do que os madeirenses poderão contar nos próximos quatro anos.
Ilustração: Google Imagens.
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