Não encontro outra expressão para caracterizar as declarações de Passos Coelho: politicamente repugnante. Ele e Paulo Portas são livres de fazerem a campanha que entendam, de dizerem, inclusive, todas as ardilosas mentiras, mas não se livram de uma catalogação de políticos repugnantes. Passos Coelho disse: “(...) Estamos hoje a lutar mais por Abril e pela liberdade do que tantos outros (...) Nestes quatro anos fomos nós a defender o estado social (...)". Que o digam os milhares de portugueses desempregados e sem subsídio de desemprego, que o digam os quase três milhões de pobres, que o digam as instituições de solidariedade social, que o digam os jovens e as centenas de milhar que tiveram de emigrar, que o digam os familiares dos que suicidaram, que o digam os médicos face às doenças do foro psiquiátrico e que o digam, entre tantas outras, as pessoas que requereram a insolvência. São, repito, declarações politicamente repugnantes.
Ele demonstra que não sabe nada de História. Tinha 10 anos, era um imberbe quando se deu Abril e ninguém lhe terá explicado o que foram os 48 anteriores, as prisões, as torturas e as lutas pelos direitos sociais. Não lhe explicaram e parece-me que a vida não lhe ensinou que a dignidade das pessoas não tem preço. Ele que deu "passos" na destruição do estado social, cortando direitos, ele que com as suas políticas espoliou reformados e pensionistas, agravou a vida dos portugueses com taxas, sobretaxas e com uma sufocante carga fiscal, tem a lata de se assumir como um homem de Abril, da liberdade e do estado social. Politicamente repugnante.
Deixo aqui 2' 41" de uma declaração de Raquel Varela (Dezembro de 2014) sobre este "homem sem qualidade" que governa Portugal.
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