Causa-me impressão negativa, muito negativa, quando um político, com funções de governo, entra em uma roda viva diária para aparecer em tudo, em uma lógica que as pessoas, leiam-se eleitores, comem imagem e não os conteúdos do que fazem. Movimentam-se através dos seus assessores para a comunicação social, mobilizam tudo e todos, nem que seja para uma reunião de circunstância, uma visita ou entrega de uns diplomas de um "(re)curso" qualquer. Se olharmos ao essencial, aquilo que resta, depois da produção do fumo, muito pouco ou mesmo nada. Fica a ideia que, politicamente, "mais vale uma imagem que mil palavras", isto é, mais vale a azáfama de estar aqui e ali, se possível com alguma fotogenia, do que as acções tendentes a resolver os graves problemas graves com que se debatem. Andam de um lado para outro, correm e correm, não se sabendo para onde. O fundamental, o estruturante do futuro, fica para depois. A pobreza está mais esbatida? Não está. Há mais e melhor emprego estável? Não há. Aliás, os indicadores são muito claros: há cada vez mais dependentes dos apoios das instituições de solidariedade social e o desemprego está a níveis extremamente preocupantes. Apesar disso, continuam a correr, a correr muito, ao ponto de não se perceber se têm tempo para governar. O cumprimento da agenda mediática sobrepõe-se aos actos de governação portadores de futuro. O que esperar de políticos assim? Nada.
Ilustração: Google Imagens.
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