Este é um dos textos mais emblemáticos de Freinet, aquele em que preconiza o fim dos manuais escolares e das lições ex-cátedra. Data de 1937 este “manifesto”. Foi durante algum tempo uma obra decisiva para aqueles que escolhiam a Escola Moderna como modelo de trabalho, nas suas salas de aula. Os manuais escolares eram na altura, quer em França, quer em Portugal, os livros únicos adoptados pelo Ministério da Educação, o que significa que em todo o território e durante décadas, todos os alunos do mesmo ano estudaram pelos mesmos livros. Não existiam os manuais que hoje existem, esta profusão editorial meramente mercantil. Sem se questionar o valor pedagógico, ou a sua utilidade, escolhem-se arbitrariamente manuais que custam demasiado dinheiro aos pais, ou ao erário público. Em vez de auxiliar das aprendizagens, estes manuais são frequentemente adoptados como “programas” que as crianças cumprem preenchendo diariamente fichas sem sentido, com frequência deslocadas do sentido verdadeiro das aprendizagens. As editoras ganham milhões, numa relação custo benefício desequilibrada em desfavor do aluno. Logo o propósito de acabar com os Manuais Escolares, tem ainda hoje toda a actualidade. Quanto às lições, estas são a consequência de todo este “sistema”, ainda organizado e baseado no manual escolar, e no princípio de que, para aprenderem, as crianças têm de ouvir o professor na escola e estudarem pelo manual em casa. Erro demasiado grosseiro e óbvio, que as ciências da educação vêm demonstrando. Luis Goucha.
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