Em 2013, na animada campanha autárquica de então, li uma frase de Miguel Sá: "Eu voto em (...) porque eu não o conheço. Eu não voto nos outros porque já os conheço há demasiado tempo!". Esta frase acompanhou-me desde então. E volto, hoje, a reproduzi-la, no dia que o Dnotícias traz uma sondagem que atribui 42% a dois candidatos: Engº Miguel Silva Gouveia (actual presidente) e Dr. Pedro Calado (vice-presidente do governo).
Não conheço, pessoalmente, o actual presidente da Câmara. Em 2013 lembro-me de o ter cumprimentado no decorrer da tomada de posse. Apenas isso. Passaram-se quase oito anos e apenas o tenho seguido pela comunicação social. Sei que de uma estranguladora dívida superior a 100 milhões de Euros deixada pelo Dr. Pedro Calado, conseguiu reduzi-la substancialmente (mais de 65%) e equilibrar as contas da autarquia, segundo li, de tal forma que, hoje, paga aos fornecedores, em média, a 14 dias! E praticamente sem dinheiro oriundo do governo regional por inexistência de protocolos para a execução de obras, coisa que, no tempo do Dr. Alberto João Jardim/Dr. Miguel Albuquerque, apresentava este registo:
2011 - 6,2 ME;
2012 - 6,1 ME,
2013 - 2,2 ME;
2014 - 3,1 ME;
2015 e 2016 - ZERO ME.
2015 e 2016 - ZERO ME.
Acresce, ainda, o facto do Engº Miguel Silva Gouveia ter sido confrontado com sistemáticos chumbos ao Orçamento da Câmara, por parte da Assembleia Municipal. Concluo, portanto, que nunca a Câmara, no período democrático, foi tão bloqueada.
Interessante ainda, constatar que, no tempo do Dr. Pedro Calado, responsável pelas Finanças da autarquia, a Câmara, segundo ele, apresentava "lucro". Isto apesar dos significativos relatórios do Tribunal de Contas sobre o endividamento da Câmara Municipal do Funchal.
Curioso, também, na véspera do "Dia da Cidade" de 2014, o Dr. Pedro Calado (PSD) ter escrito um artigo no DN subordinado ao título: "O verdadeiro estado do PSD-Madeira". Apenas um excerto: "Começa a ser indiscritível o que se passa dentro do actual PSD-M. Depois de décadas de governação, com o poder absoluto (...) Se há coisas que a população reconhece, sabe e já não compra, é o oportunismo político, fácil e barato". Ora, pergunto, o que mudou desde então? Sinceramente, não sei.
Volto ao princípio para sublinhar que seguirei as assertivas palavras de Miguel Sá escritas em 2013: não o conheço, por isso, votarei nele. "Eu não voto nos outros porque já os conheço há demasiado tempo!"
Acrescento, votarei no Engº Miguel Silva Gouveia, pela seriedade, pela honestidade, pela humildade, pela serenidade, pelo recato e pelo rigor que tem oferecido à cidade. É esta "fotografia" que dele retenho, sem o conhecer, pessoalmente. A sua governação não está isenta de reparos? Obviamente que está. Governar esta cidade com mais de 40% da população regional, com todos os problemas herdados e com todas as artimanhas internas e externas no sentido de bloquear o desempenho, enfim, apesar do "bullying" político, público e notório, do meu ponto de vista, não é tarefa fácil. Fui vereador durante doze anos e ainda tenho presente todas as manobras de politiquice barata que assisti ao longo dos anos. Por isso, voto no Homem e cidadão. Mas esta é, tão só, a minha opinião.
Ilustração: 1ª Página da edição de hoje do Dnotícias.
Sem comentários:
Enviar um comentário