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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

FAMÍLIAS À RASCA


É evidente que, ao nível da família, há necessidade de educar para a poupança, educar para o não consumo do supérfluo, mas, pergunto, como pode uma família poupar quando o dinheiro é cada vez mais escasso ou não existe? Quando tudo está pelas pontas, como soe dizer-se? É nestas circunstâncias que a sensibilidade política social dos políticos deve ser notada.

Da edição do DN de hoje retiro o título "Famílias à rasca". Obviamente que sim. Mas há quanto tempo, na Assembleia Legislativa da Madeira este assunto é equacionado? Quantas propostas deram ali entrada, através de diversos partidos políticos, no sentido de colmatar as carências, inclusive, as mais primárias, sentidas por 30% da população? E quantos "chumbos" foram dados a essas propostas? E com que falaciosos argumentos? Quantos cêntimos saíram do Orçamento Regional para ajudar a combater os dramas que por aí andam? Quantas propostas de substancial alteração do modelo económico, potenciadoras de emprego, foram apresentadas e, sistematicamente, mandadas para o "caixote do lixo" parlamentar?
Ora, "Famílias à Rasca", na Região, obviamente que sim. E tendencialmente será pior. Os 402 milhões de crédito vencido são o espelho da realidade que alguns tentam abafar. É evidente que, ao nível da família, há necessidade de educar para a poupança, educar para o não consumo do supérfluo, mas, pergunto, como pode uma família poupar quando o dinheiro é cada vez mais escasso ou não existe? Quando tudo está pelas pontas, como soe dizer-se? É nestas circunstâncias que a sensibilidade social dos políticos deve ser notada. E não tem sido, por parte de quem tem a responsabilidade de governar. Há aqui uma tendência para esconder a pobreza, como se ela pudesse ser embrulhada em papel de "Jornal" e remetida para uma qualquer prateleira do arquivo dos Assuntos Sociais. Por exemplo, há dias, aqui divulguei a triste e esfarrapada posição do PSD relativamente ao "Banco Alimentar Contra a Fome". A sua existência na Região poderia significar um tácito reconhecimento da pobreza, por isso, o PSD votou contra. Esta manhã, ajudei a debater um Projecto de Resolução denominado por "Plano Regional para a Erradicação da Fome e pelo Direito à Alimentação", projecto apresentado pelo PCP. Após a conhecida lengalenga do partido maioritário, no essencial, que as pessoas sabem onde se dirigir, que há uma rede de apoios, que a Segurança Social não fecha a porta a ninguém, etc. etc., o projecto foi chumbado. Curiosamente, instantes antes, uma "majoração do abono de família", sob a forma de Projecto de Lei, a ser debatido na Assembleia da República, e, se aprovado, a pagar pela Segurança Social Nacional, teve voto favorável. Todavia, aqui, para estudar quem são os pobres, onde estão e quantos são, como vivem e que prioridades apresentam, no sentido de criar um plano assistencial devidamente coordenado, isso não. Já existe a Cáritas, as associações de beneficiência, as paróquias, as parcerias, etc, portanto, alto e parem o baile porque isso é ir longe demais! Por aqui fico, porque este assunto da solidariedade social mexe comigo e não quero ser deselegante com ninguém. 
Ilustração: Google Imagens.

4 comentários:

Unknown disse...

Srº Prof.Sabe porque o Coelho teve tantos votos?,foi porque não tem medo de "pegar o boi pelos cornos".Não tenha medo que a "solieriedade social" mexa consigo, denuncie a podridão sem papas na língua,porque é isso que o povo quer,chame-lhes os nomes que eles merecem sem medos,não tenha receio de ser frontal e com palavras que o povo entenda,pois eles para terem o voto não se põem com "meias medidas".Cumprimentos.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Eu compreendo-o bem à luz do quadro educativo-social que temos. Eu não sou nem melhor nem pior que outros. Eu sou Povo e não tenho receio de os enfrentar. Nunca tive. Nunca fiz carreira política mas sempre estive do outro lado, metendo o pauzinho na engrenagem. Mas convenhamos que há situações que não se conjugam com as pessoas. Tenho a minha forma de intervir e respeito a dos outros. Há fatos que não dizem comigo e, certamente, compreenderá a minha atitude face ao exercício da política.

Socio disse...

Segurança Social Nacional?
Só há uma Segurança Social.
É de todos e paga por todos.
Na RAM, os serviços adminsitrativos estão regionalizados.
Não há qualquer Segurança SOcial Regional.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário. Obviamente que sim. Penso que entendeu o que eu quis transmitir, exactamente isso, que a SS é NACIONAL. Talvez a minha forma de abordagem não tivesse siso a mais explícita.