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segunda-feira, 20 de abril de 2015

EM DEFESA DE PORTUGAL


Não tenho formação em Economia, mas, no mínimo, sei ler e conjugar declarações e percepcionar o que à minha volta se passa. Neste pressuposto há muito que defendo uma expressão que sintetiza o que penso sobre a marosca financeira internacional: "Portugal deve mostrar os dentes à Europa". Não é uma expressão simpática, eu sei, mas transporta, penso eu, por palavras que todos compreendem, que não podemos ser uma correia de transmissão de outros poderes que insistem, persistentemente, numa clara ingerência interna, isto é, não podemos seguir o provérbio "maria vai com as outras". Parece-me determinante que temos o óbvio dever nacional de afrontá-la, respeitando-a, mas dizendo aos seus mentores que aqui mandam os portugueses. Uma coisa é o sentido de comunidade, outra bem diferente, a venda do país. Escrevi muitos textos sobre este meu posicionamento. E ontem, aliás, no seguimento das suas posições, quem sou eu para contrariá-lo, o Prémio Nobel da Economia Paul Krugman, disse, em Atenas, que a política de austeridade que tem sido aplicada na Europa deve acabar e que o Governo grego deve manter as suas "linhas vermelhas" nas negociações com os credores."(...) A estrita política de austeridade na Grécia deve terminar" e que o Governo, liderado por Alexis Tsipras, não pode ceder na redução de salários e pensões. 


Esta a posição de um Nobel da Economia. Mas ele não está só neste processo. Tantos que se têm posicionado no mesmo sentido! Portugal, não. Portugal continua agarrado à cartilha do FMI, subordinado aos sacrossantos princípios da troika, à subordinação do "deus mercado", à penosa austeridade e às consequências daí resultantes: empobrecimento, emigração e agravamento da dívida, na mesma proporção que crescem os impostos e a supressão dos direitos sociais. A realidade sentida, a partir dos indicadores disponíveis é esta e não me parece passível de contestação. Neste contexto, espero que um novo governo de Portugal assuma, claramente, uma posição inequívoca, sem espalhafatos, mas onde sobressaia a responsabilidade na defesa dos desígnios nacionais.
Ilustração: Google Imagens.

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