Adsense

quarta-feira, 2 de julho de 2008

BRINCAR COM COISAS SÉRIAS

Pelo menos os que acompanham o dia-a-dia, sobretudo os que não se deixam enlear em conversas de treta, mesmo aqueles que são próximos ou acérrimos defensores da maioria que governa a Madeira, dão sinais de estarem fartos desta cantilena acerca da revisão constitucional. Falo com muita gente e sei, portanto, o que pensam algumas figuras. E não acredito que algumas figuras de topo estejam a ser cínicas nas conversas que, circunstancialmente, mantenho.
Agora, em Caracas, sabe-se que o Presidente do Governo Regional produziu a seguinte declaração: "Vamos aprovar no parlamento da Madeira uma proposta de revisão constitucional para que no seio da Pátria portuguesa se clarifiquem as competências do Estado e da região autónoma" (...) "Quero que saibam que tenho um projecto para o futuro". Depois, apertado pela comunicação social, lá veio dizer que foi mal interpretado, que se trata de um plebescito, na altura das Legislativas Nacionais, a ter lugar no próximo ano.
Ora bem, aqui colocam-se quatro análises distintas: primeiro, o que o presidente do Governo Regional deseja é criar uma situação para, uma vez mais, confundir os madeirenses. Já nas eleições legislativas regionais de 2007, jogou com a lei das finanças regionais, para daí, a partir de uma história mal contada, conseguir o resultado que acabou por obter; segundo, o problema da Madeira não é Constitucional mas de má governação, explicada nos três mil milhões de dívida pública, desemprego e pobreza; terceiro, estes fait-divers não resolvem os problemas dos madeirenses. A Madeira e todo o seu Povo o que precisa é de quem a governe com lucidez, com os olhos postos nos dramas que por aí andam, de quem tenha como prioridade absoluta a solução dos problemas e não as eleições que se seguem; quarto, finalmente, aquela de dizer que tem um projecto para o futuro, poderá significar que está com ganas de continuar. Coitada da geração dos 40/50 anos!!!
Todos os políticos têm um Outono político. O Presidente do Governo Regional, já lá está, mas parafraseando Galbraith, há homens que amam o poder.

Sem comentários: