Há muito que defendo que toda a oposição, particularmente o Partido Socialista, deveria estar organizada no sentido de ganhar actos eleitorais mas com o Dr. Jardim no poder. Isso já poderia ter acontecido por mais estável, embora gasta, que esteja a cadeira onde se senta.
Não alinho na defesa do princípio que só depois da sua saída da cena política activa a oposição espreitará uma oportunidade. Essa leitura de processo só é entendível à luz da deficiente organização da própria oposição. Não acredito naquele pressuposto por duas razões: primeiro, porque o líder do PSD não deixará a liderança tão cedo. Os múltiplos interesses no seio do partido e da clientela que se move em seu redor, conjugados com a complexidade da situação económica e social da Madeira, não lhe permitem passar o testemunho. Presumo mesmo que os que desejariam para lá caminhar, hoje, colocam sérias reticências face a um quadro que não permite dormir descansado. Alguns, deduzo, sentir-se-ão bem na pele de "funcionários", outros, pensarão que quem comeu a carne que roa os ossos; em segundo lugar, o próprio Dr. Jardim, político que ama o poder, sabendo que conta com poucos apoios (falou de um general sem tropas) para dar um salto de âmbito político nacional, é bem provável que por aqui fique e, aí, só lhe restará manter-se no palco. Mesmo que, por qualquer razão, avente a hipótese de ceder lugar, ele já clarificou que vai continuar politicamente activo. Uma espécie de sombra terrível de quem o substituir no seu partido. Será necessário, digo eu, ter um estômago do tamanho de um boi para digerir as consequências da presença do protector.
Não alinho na defesa do princípio que só depois da sua saída da cena política activa a oposição espreitará uma oportunidade. Essa leitura de processo só é entendível à luz da deficiente organização da própria oposição. Não acredito naquele pressuposto por duas razões: primeiro, porque o líder do PSD não deixará a liderança tão cedo. Os múltiplos interesses no seio do partido e da clientela que se move em seu redor, conjugados com a complexidade da situação económica e social da Madeira, não lhe permitem passar o testemunho. Presumo mesmo que os que desejariam para lá caminhar, hoje, colocam sérias reticências face a um quadro que não permite dormir descansado. Alguns, deduzo, sentir-se-ão bem na pele de "funcionários", outros, pensarão que quem comeu a carne que roa os ossos; em segundo lugar, o próprio Dr. Jardim, político que ama o poder, sabendo que conta com poucos apoios (falou de um general sem tropas) para dar um salto de âmbito político nacional, é bem provável que por aqui fique e, aí, só lhe restará manter-se no palco. Mesmo que, por qualquer razão, avente a hipótese de ceder lugar, ele já clarificou que vai continuar politicamente activo. Uma espécie de sombra terrível de quem o substituir no seu partido. Será necessário, digo eu, ter um estômago do tamanho de um boi para digerir as consequências da presença do protector. Bom, dir-se-á que estas são apenas conjecturas. Por mim pouco ralado estou. E se aqui coloco esta divagação é apenas para regressar ao princípio e sublinhar que é possível derrotá-lo nas urnas. Aliás, este último acto eleitoral, veio provar isso mesmo. Atente-se, por exemplo, no equilíbrio das votações no Porto Moniz, em S. Vicente, em Santa Cruz, em Machico (com todo o esforço financeiro ali aplicado pelo governo) e mesmo em Santana (a votação em S. Jorge), atente-se no equilíbrio que já aconteceu na Ponta do Sol, no Porto Santo e no Funchal e facilmente se perceberá que existe uma potencial população, mesmo nos concelhos mais distantes do Funchal, que evidencia sinais de desejar uma mudança de orientação política. Não tem é havido, apesar de todos os constrangimentos políticos externos, capacidade interna para o Partido Socialista oferecer uma imagem pública de grande consistência e geradora de confiança. E, curiosamente, o Partido tem excelentes quadros mas isso obviamente que não chega. Há uma histórica ausência de sentido organizacional e um medo em assumir um governo sombra que faça, nos sectores fundamentais e com políticos de qualidade técnica, um sistemático contraponto às políticas do governo. Ao mesmo tempo que este tem constituído um sinal negativo não tem existido inteligência e capacidade política para negociar com a restante oposição. Reconheço que não é fácil essa tarefa mas reconheço, também, que tem faltado habilidade na condução das negociações. O sistema político na Madeira chegou a um ponto que não pode continuar com os partidos políticos e eventuais grupos de cidadãos divorciados daquilo que os une enquanto oposição, cada um para seu lado, metidos na sua concha, defendendo e gerindo pequenos espaços de influência, numa manifesta intenção de preservação da sua base eleitoral e pouco mais do que isso. Um certo e latente egoísmo terá de dar lugar à existência de pontes de convergência sob pena de continuarmos, todos, a ajudar à manutenção do jardinismo.
Estamos a vinte e quatro meses de um acto eleitoral determinante para a Região. As eleições regionais de 2011 podem e devem constituir um sinal de viragem na orientação política. É possível a oposição ganhar e abrir espaço para novas políticas. Os sinais que andam por aí de evidente descontentamento, conjugado com o número dos abstencionistas (que significado terá?), podem querer dizer que apenas esperam, desde logo, um PS devidamente organizado, com qualidade política, com projecto sério, com pessoas socialmente reconhecidas. É por isso que terá de haver juízo, muito juízo, repito, para que daqui a dois anos não choremos sobre o leite derramado num permanente regresso aos lamentos de sempre.
2 comentários:
Estou plenamente de acordo consigo e partilho das ideias expressas neste seu artigo.Efectivamente a primeira coisa que deve ser feita é o Ps possuir um lider forte e uma politica credível para que as pessoas descontentes voltem a se rever no partido socialista.Está na hora de arrumar a casa e dos dirigentes que ainda restam no ps deixem de pensar nas capelinhas e se unir num verdadeiro projecto de alternância.Cumprimentos.
Ao Sr José Luis: Utopias.
Face à concorrencia para a "nova" liderança, nada vai mudar.
E mesmo quando os crediveis avançam (vide lista à AR) o chumbo é igual.
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