Pisar aquele depósito de materiais significou, para mim, a interrogação sobre os porquês e se a grave tragédia do ano passado não poderia ter sido atenuada, não fosse o desleixo, a falta de rigor e a não observância dos dados que essa História terrível de morte, ciclamente, bate à porta.
Acabo de participar no "cordão humano", no depósito de terras, areia e pedra, no lado leste do Cais do Funchal. As fotos falam por si. Não as contei, mas julgo que mais de 1000 pessoas ali estiveram.
A leitura que faço desde momento apresenta-se com dois significados: primeiro, que não pode ser uma ou outra pessoa, uma "iluminada" cabeça ou uma instituição, a deliberar sobre uma questão de relevante importância. Está em causa a segurança de pessoas e bens, porque as aluviões tendem a repetir-se com mais frequência, daí que, com urgência, deve ser dada voz aos especialistas das várias áreas que, directa ou indirectamente, têm pensamento técnico e científico sobre a matéria. E há muito que deveriam ter sido chamados, até porque um problema daquela importância, pela sua complexidade, só pode ser resolvido com uma equipa multidisciplinar. A verdade é que se passou um ano sobre a tragédia e, até hoje, fica-me a imagem de uma enorme leviandade do governo. A Câmara Municipal espera e desespera, as vozes dos especialistas manifestam inquetação, de permeio são ofendidos, e assim andamos à espera que nos caia em cima mais um bocado de céu velho!
A leitura que faço desde momento apresenta-se com dois significados: primeiro, que não pode ser uma ou outra pessoa, uma "iluminada" cabeça ou uma instituição, a deliberar sobre uma questão de relevante importância. Está em causa a segurança de pessoas e bens, porque as aluviões tendem a repetir-se com mais frequência, daí que, com urgência, deve ser dada voz aos especialistas das várias áreas que, directa ou indirectamente, têm pensamento técnico e científico sobre a matéria. E há muito que deveriam ter sido chamados, até porque um problema daquela importância, pela sua complexidade, só pode ser resolvido com uma equipa multidisciplinar. A verdade é que se passou um ano sobre a tragédia e, até hoje, fica-me a imagem de uma enorme leviandade do governo. A Câmara Municipal espera e desespera, as vozes dos especialistas manifestam inquetação, de permeio são ofendidos, e assim andamos à espera que nos caia em cima mais um bocado de céu velho!
Em segundo lugar, este "cordão humano" revestiu-se de um outro significado, aparentemente não notado, mas que lá está. Trata-se do gesto simbólico que nos remete para a História das tragédias, para as sucessivas incúrias do Homem ao nível do planeamento e do respeito pelos respectivos instrumentos. Pisar aquele depósito de materiais significou, para mim, a interrogação sobre os porquês e se a grave tragédia do ano passado não poderia ter sido atenuada não fosse o desleixo, a falta de rigor e a não observância dos dados que essa História terrível de morte, ciclamente, bate à porta. Não podendo determinar e travar, totalmente, a força da natureza, possível é ordenar o território, ser inflexível quanto aos locais de risco, assumir uma cultura de risco, de defesa e de prevenção.
Ao pisar aquele espaço a sensação que me invadiu é que aqueles que falam da "Madeira Nova", demitiram-se do ordenamento, foram flexíveis e não criaram essa cultura.
Pelo contrário, ouvi em tempos o presidente do governo dizer que tínhamos de conviver com o risco, o que, obviamente, abre portas à tolerância, às pressões e aos compadrios.
Pelo contrário, ouvi em tempos o presidente do governo dizer que tínhamos de conviver com o risco, o que, obviamente, abre portas à tolerância, às pressões e aos compadrios.
Seja como for, ali está um problema por resolver. E não é um "desenho" colorido, por mais interessante que seja, que deve constituir a resposta. O "projecto", se é disso que se trata, só deveria surgir depois de um sério estudo multidisciplinar, a fim de dar corpo a todas as variáveis estudadas. Isto, no caso de uma opção construtiva. O que está, porém, na minha consciência e, certamente, na da maioria da população, é que o "desenho", ao jeito de engodo, para ver se alguém o engole, está aí com o governo a apontar para a sua concretização. Podem "gritar", diz do alto das "Angústias" sem fim, pois eu quero, posso e mando!
Por tudo isto participei, enquanto cidadão livre, democrata e que gosta que cada "macaco esteja no seu galho". O presidente do governo tem o seu e não deve invadir os galhos dos outros. Mas ele não tem noção disso. Para ele, a Democracia termina no acto eleitoral e quantos aos especialistas, nem uma palavra, pois são "energúmenos, "parvalhões", "analfabetos", ignorantes" e "idiotas".
NOTA:
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2 comentários:
Mas...Não são todos "Cubanos" que estão a ver a paisagem? Ou serão todos "comunistas"?
O "maior" se chegar a ver esta sua postagem, vai dizer logo que é tudo propaganda barata.
QUE RAIO DE SORTE!!! E o povão chega na hora do voto... Tudo na mesma como a lesma...
Um abraço e, boa semana.
Obrigado, Caríssimo João, pelo seu comentário.
Tem esperança que, em Outubro, o figurino seja diferente.
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