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sábado, 23 de julho de 2011

HOSPITAL TUNNING


O hospital Dr. Nélio Mendonça tem 60 anos (início dos projectos), não é seguro, não garante privacidade aos doentes, não dispõe de espaços sociais atrativos e amplos, quando os acessos não são funcionais, não tem flexibilidade funcional interna, apresenta dificuldades nos acessos, não tem conforto de uso, não respeita normas de segurança, quando nos mesmos elevadores circulam os cadáveres, os limpos e sujos, as pessoas, quando apresenta carência de espaços (salas de estar, gabinetes, vestiários, espaços de arrumos, sanitários, etc. etc., pergunto, como é possível um só só homem, neste caso presidente do governo, não perceba o que está em causa, não consiga ouvir ninguém e ponha em marcha uma ampliação do velho hospital ao invés de caminhar no sentido da construção, por fases, de um hospital que corresponda ao século XXI? Eu penso que este governo entrou num estado de loucura, de desnorte completo que impede que, no mínimo, ouçam quem sabe.


Hoje passei mais de três horas a escutar opiniões diversas sobre a candente questão do novo hospital. Tratou-se de uma conferência organizada pelo grupo de trabalho por "Um Hospital para o Século XXI". Foram conferencistas o meu colega de escola Engº Dírio Ramos (uma vida dedicada aos hospitais), o Aquitecto Duarte Caldeira, o Dr. Manuel Brito e o Enfermeiro Orlando Sá. Valeu a pena. Só lamento o facto do Secretário dos Assuntos Sociais e Saúde, os Directores Regionais, a administração do SESARAM, Deputados do PSD-M, entre outras figuras, não se tivessem dignado a sentar-se na sede da Ordem dos Enfermeiros e discutir o tema com médicos, enfermeiros, políticos e com os conferencistas, claro. A ausência diz tudo.
Aliás, estas pessoas que governam e têm responsabilidades em vários sectores e áreas da saúde, pela sua surdez e avessos que são às opiniões de outros, fazem-me lembrar os constantes apelos, por exemplo, dos ambientalistas, dos geólogos, dos geógrafos, entre outros, que levaram anos a chamar à atenção dos políticos para os erros que estavam a ser cometidos. Foram ofendidos, vilependiados, até que o 20 de Fevereiro veio dar-lhes razão. Toda a razão. O mesmo se está a passar com a Saúde e, particularmente, com a construção de um novo hospital.
O Dr. Manuel Brito, na sua intervenção, designou as obras em curso no velho hospital como "HOSPITAL TUNNING". Exemplificou que um carro topo de gama de há 60 anos, mesmo que lá se coloque umas jantes actuais, um motor moderno de um Ferrari, nunca deixará de ser um carro com 60 anos. Percebe-se a metáfora e tem toda a razão. Ora, quando se sabe que o actual hospital Dr. Nélio Mendonça tem 60 anos, não é seguro, não garante privacidade aos doentes, não dispõe de espaços sociais atrativos e amplos, quando os acessos não são funcionais, não tem flexibilidade funcional interna, apresenta dificuldades nos acessos, não tem conforto de uso, não respeita normas de segurança, quando nos mesmos elevadores circulam os cadáveres, os limpos e sujos, as pessoas, quando apresenta carência de espaços (salas de estar, gabinetes, vestiários, espaços de arrumos, sanitários, etc. etc., pergunto, como é possível um só só homem, neste caso presidente do governo, não perceba o que está em causa, não consiga ouvir ninguém e ponha em marcha uma ampliação do velho hospital ao invés de caminhar no sentido da construção, por fases, de um hospital que corresponda ao século XXI? Eu penso que este governo entrou num estado de loucura, de desnorte completo que impede que, no mínimo, ouçam quem sabe. Preferem o Hospital Tunning, quando os doentes, hoje, querem segurança, privacidade, bom serviço e áreas sociais; quando os profissionais almejam por boas práticas, espaços amenos, informação e transparência.
O governo rompeu, vá lá saber-se porquê (dinheiro não foi, quando vai gastar 300 milhões na Via Expresso do Norte) com dez anos de promessas, colocou a maioria dos profissionais da saúde revoltados e demonstrou a sua verdadeira face ditatorial. Eu penso que isto tem de acabar, rapidamente. Começa a ser um pesadelo político. Demitam-se, é o melhor que podem fazer. Esta atitude não tem qualificação.

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