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sábado, 22 de agosto de 2015

"ALBUQUERQUE ESTÁ 100% COM PASSOS COELHO" (DN). A LÍNGUA SALTOU PARA A VERDADE!


Assunto óbvio, todavia, dito abertamente acaba por ter relevância maior. Ontem, o Presidente do Governo Regional da Madeira assumiu que está com Passos Coelho porque se torna necessário “(...) termos um governo que compreende os problemas da Madeira, que colabore na resolução dos problemas da Madeira", portanto, "um governo nacional com quem o governo regional se possa entender como se tem entendido até agora". O paleio do costume tal como Jardim costumava dizer. Ora, ao comum dos cidadãos madeirenses e portosantenses, a imagem que o Dr. Miguel Albuquerque passou é que está com a dupla austeridade e com a imposição dos sacrifícios. É esse o entendimento entre os dois. Mas, por outro lado, aquela declaração denuncia amnésia política, quando se sabe que foram nos governos socialistas que mais o governo regional beneficiou. Dois exemplos, entre vários: no tempo do Engº António Guterres, o "perdão" de uma significativa parte da dívida, que colocou o respectivo "contador" quase a zero; outro, por outras razões, no tempo do Engº José Sócrates, a Lei de Meios que veio atenuar os problemas financeiros da Região. Contrariamente, foi o governo do Dr. Passos Coelho, através do ministro das Finanças Vítor Gaspar, que retirou toda a autonomia financeira da Região e deixou a Madeira com um Plano de Ajustamento Económico e Financeiro absolutamente bloqueador. Sem falar do processo "Cuba Livre". Há memórias muito curtas que suscitam declarações, em cima do palco, como se todos fossem um cambada de mentecaptos.

Em Outubro cada um estará para seu lado!

Aliás, se Passos Coelho é tão "amigo" da Madeira e, para Miguel Albuquerque, é nele que os madeirenses devem apostar, pergunta-se, então, que razões levaram a não estender à Região a coligação PSD/CDS? Estranho? Só para alguns, certamente. Julgo não estar distante da verdade política ao assumir que Albuquerque está a tentar jogar uma simultânea em três tabuleiros: partidariamente, faz-se amigo de Passos Coelho e se este ganhar, pensa que terá um possível aliado; se António Costa vencer, a história do processo político, por um lado, e a diferença de cor partidária, por outro, julga ser susceptível de ganhos para a Região; em terceiro lugar, talvez esteja a testar a sua popularidade face ao silêncio ensurdecedor de "Alberto João Jardim & Companhia", desejosos que andam para saltar. É este tipo de acção política, onde existe muito jogo por debaixo da mesa, que cada vez mais me incomoda. A sinceridade não existe, por ventura nunca existiu, é verdade, mas hoje, face aos contextos, seria tão necessária para que o povo volte a acreditar na política, nos políticos e reduza o abstencionismo. É forçoso que aquilo que os políticos mostram na montra corresponda ao que têm em armazém. 
Finalmente, sem outras leituras políticas colaterais, se Albuquerque é sincero ao dizer que está a 100% com Passos Coelho, isso equivalerá a perder as eleições, porque ninguém vota naqueles que, sistematicamente, roubam direitos autonómicos, mentem, aldrabam e lesam os interesses mínimos e constitucionais das pessoas. Se é aquele o seu sentimento intrínseco, então, não resta outra alternativa ao povo da Região se não mostrar-lhe o cartão vermelho!
Ilustração: Google Imagens.

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