Cerca de quarenta dias nos separam das Legislativas Nacionais. Cada momento eleitoral, obviamente, face aos contextos, acaba por revestir-se de características particulares. O acto de 2011 surgiu na esteira da crise internacional que varreu toda a Europa. Os vencedores muito prometeram e, ao longo do mandato, muito mentiram. São factos, não são meras observações especulativas de natureza partidária. Hoje, sabe-se, que o caminho bem poderia ter sido outro e que a dívida, em percentagem do PIB, não teria um substancial agravamento. É minha convicção que o desemprego não teria a expressão que hoje tem (existem 509.000 trabalhadores que não contam para a taxa de desemprego) e, por extensão, a pobreza porventura teria sido atenuada. A experiência que todos nós tivemos vai agora a julgamento: não apenas a do desemprego e a da pobreza, mas a emigração forçada, a passagem de 550.000 para 900.000 trabalhadores com o salário mínimo, a sucessiva perda de direitos sociais e uma enormíssima e desajustada carga fiscal. Para os madeirenses e portosantenses estará em julgamento uma dupla, penosa e incomportável austeridade em consequência da leviandade política dos sucessivos governos da Madeira. Em julgamento, também, estará uma mudança de paradigma político europeu. Lutar contra esta Europa selvagem, subjugada ao jogo de casino, que distribui as migalhas enquanto impõe a perda de identidade e independência nacional, julgo que deve constituir motivo de grande preocupação para todos nós.
Sobre a mesa tenho as diversas candidaturas da Madeira à Assembleia da República onde tudo aquilo, directa ou indirectamente, se jogará. Uma dessas candidaturas distingue-se pela experiência política, conhecimento dos dossiês e inequívoca capacidade de intervenção. Não tenho a menor dúvida que é a do Dr. Carlos Pereira do Partido Socialista. Deixemo-nos de tretas e de conversa fiada: as questões hoje são, fundamentalmente, de natureza económica e de política financeira e, nesse quadro, é o mais bem preparado de todos. Ninguém o iguala. Se dúvidas existissem, o livro “A Herança”, recentemente publicado, demonstra, inequivocamente, o seu valor. E se isto acentuo é porque a questão central da Madeira é a sua gigantesca dívida. Ou a Região tem na República um político capaz de dirimir e reivindicar atitudes que não lesem, ainda mais, os diversos sectores de actividade e, por extensão, todo o povo, ou continuaremos na lengalenga partidária de representantes que nada fazem e muitas vezes aplaudem decisões por razões de interesse partidário. Neste quadro, estas Legislativas acabam por se sobreporem a muitas outras, face à necessidade de soluções justas e geradoras de um futuro de esperança.
Mas há um outro aspecto que não considero de somenos importância. O Dr. Carlos Pereira não é um político acomodado e, partidariamente, subserviente. Já deu provas disso ao longo de dois mandatos na Assembleia Legislativa. A recente querela como Dr. António Costa sobre a autonomia do partido na Região, provou que, naquele como em outros domínios, coloca a Madeira em primeiro lugar. Foi frontal, não se agachou e saiu prestigiado. Esta atitude diz bem da sua verticalidade e respeito por quem o elege. Essa é uma marca que acaba por definir o Homem de uma só palavra que o exercício da política exige e que os cidadãos devem valorizar.
Ilustração: Google Imagens.
NOTA
Artigo da minha autoria publicado no Funchal Notícias.
2 comentários:
A sério?????????Nunca ninguém tinha pensado nisso....
Obrigado pelo seu comentário.
Meu caro "anónimo", eu apenas constato factos que não são apenas partidários. Se o Dr. Carlos Pereira não fosse uma pessoa muito bem preparada para o que está em causa, quem me conhece sabe que não me posicionaria a seu favor. No mínimo estaria calado.
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