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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

VENDERAM A AUTONOMIA E PREGAM A DEFESA DA AUTONOMIA


Em fase de pré-campanha eleitoral julgo que se impõe uma pergunta: o que é que diferencia o PSD e o CDS, ambos da Madeira, do PSD e do CDS na República? Ideologicamente nada, porque pertencem à mesma família política. A opção de, na Madeira, não se apresentarem coligados é apenas estratégica, porque após as eleições, os que forem eleitos integrarão a essência dos princípios políticos que padronizam a sua práxis política. E essa é conhecida dos madeirenses e portosantenses tantas foram as maldades produzidas. 


E vêm os candidatos do PSD da Madeira falar da defesa da Autonomia e do Estatuto Político-Administrativo. É de gargalhada! Simplesmente porque foram aqueles que há 40 anos governam este território que hipotecaram a Autonomia e permitiram, em tantos domínios, que o Estatuto se transformasse em um capacho. Hoje, esse Estatuto não vale nada. Para além de desactualizado é desrespeitado a todo o momento, não apenas pelo governo da República, mas, pasme-se, pelo Tribunal Constitucional. O Estatuto vale zero porque permitiram que assim acontecesse. Se o Professor de Direito e comentador de televisão, Marcelo Rebelo de Sousa, um dia, deselegantemente, sublinhou que a Madeira era uma "grande autarquia", a dupla Passos/Portas fizeram do Estatuto de Região Autónoma uma coisa quase semelhante à antiga Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal. A Madeira é autónoma apenas na designação, não na práxis política. Embora os tempos e os processos sejam outros, a conquista dos direitos autonómicos que muito custou a muitos, é hoje vivida no faz-de-conta. Andam todos com o rabinho entre as pernas, silenciosos, sem capacidade de reivindicação e até, subservientemente, de mão estendida. Resta-nos, neste momento, a escultura à Autonomia enquanto símbolo, porque de resto, pergunto, onde pára a Autonomia?
E existindo culpados, como se a memória fosse curta, desatam a dizer que desejam ser eleitos para a Assembleia da República no pressuposto de quererem defender aquilo que mataram e enterraram por muitos anos. É espantoso.
Ilustração: Google Imagens.

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