Percebo e defendo a importância de um "código de conduta", não entendo é que existam ofertas tabeladas. Até porque as ofertas poderão, a partir de agora, ser fraccionadas em valores de 150. Ora, qualquer oferta, por mínima que seja, em determinadas circunstâncias, "prende sempre o rabo". Tarde ou cedo, em uma tomada de decisão, lá vem à memória a ofertinha!
Não li o "código de conduta", faço essa ressalva, mas do meu ponto de vista, não deveria fazer tal abordagem. Uma coisa, por exemplo, é um ministro visitar uma feira e, por razões promocionais de um produto, receber um queijo ou uma garrafa de vinho; outra bem diferente será receber no seu gabinete uma caixa com uma dúzia de queijos com um valor comercial de € 150,00. Ou, então, aceitar uma viagem mesmo que seja ao virar da esquina. Excluo, naturalmente, o caso da diplomacia externa, que não me passa pela cabeça que um político recuse uma oferta, não apenas pelo dever de cortesia mas também de respeito institucional.
Os políticos com funções governativas (ou não) devem assumir o distanciamento necessário de tal forma que, a todo o momento, se sintam livres para defender projectos e/ou decidir. Tabelar o montante das ofertas não me parece sensato. É uma janela que fica aberta e um rabo que fica preso!
Ilustração: Google Imagens.
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