Trata-se de declarações que nos devem obrigar, com serenidade e determinação, que o tema da saída de Portugal da zona Euro seja colocada na ordem do dia. Oiço que seria dramático e leio que constitui uma opção determinante para o futuro de Portugal. Torna-se necessário que o debate se faça, que se coloquem nos pratos da balança as vantagens e desvantagens. Não sou economista muito menos Nobel, mas se várias personalidades apontam para o caminho da saída, pois então que se esclareça de uma vez por todas e de uma forma prospectiva. A indefinição em que andamos e a permanente angústia de vermos um amanhã que não chega, tem de ser, sem receios, devidamente equacionadas. Até porque há evidências que a Europa não quer mudar as suas políticas. Uma das minhas últimas leituras sobre o assunto foi no jornal Público: "O Nobel da Economia Joseph Stiglitz defendeu, em entrevista à Antena 1, a divulgar esta segunda-feira (anteontem), que o melhor caminho para Portugal será sair do euro, já que se permanecer na moeda única irá ter dificuldades no futuro. "Acho que a Europa, como um todo, devia começar a pensar num divórcio amigável com alguns países, para estes pensarem em formas para lidar com a saída. Não será um processo imune a dificuldades (...). Custa mais a Portugal ficar do que sair do euro", disse o economista.
No entanto, Stiglitz clarificou que as políticas de austeridade prescritas pelos alemães "vão continuar mesmo que a teoria económica e até o Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstrem, claramente, que a austeridade nunca irá funcionar" O economista lembrou que a saída do euro daria a Portugal condições para "crescer, criar emprego e um processo de restruturação da dívida", sublinhando que, "apesar de ser duro", uma vez a "dívida estruturada, a moeda cresceria".
Joseph Stiglitz, professor na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, foi distinguido com o Nobel da Economia em 2001."
NOTA
Jornal Público, edição de 05 de Novembro de 2016
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