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sexta-feira, 13 de março de 2009

CONTROLO EDITORIAL

Tive conhecimento, esta manhã, que será alterada (se já não foi) a estrutura do Departamento de Informação da RDP-Madeira. Na prática, o Jornalista Gil Rosa, alegadamente, deixará de chefiar a redacção da RDP-M passando tudo a ficar sob controlo editorial das chefias sediadas na RTP. Este facto é, do meu ponto de vista, preocupante por dois motivos essenciais: desde logo, porque sempre que surgem momentos eleitorais alguém, com alguma subtileza, procede a determinadas "afinações" na estrutura de informação com a responsabilidade de serviço público; depois, porque estando a Região quase toda coberta com rádios locais controladas pelo PSD, a RDP-M, única que abrange toda a Região com um serviço de informação plural, isento e de qualidade (apesar de todos os constrangimentos, refiro), parecer óbvio o interesse em exercer um filtro informativo do que não é desejável ao poder. Se assim é estamos perante mais um ataque à Democracia e, sobretudo, à responsabilidade e Liberdade dos Jornalistas. Pela parte que me diz respeito não ficarei calado se esta situação vier a acontecer. Fundamentalmente, porque não me parecem estar aqui em causa meras questões relacionadas com o organograma da empresa, mas outras porventura mais complexas que devem ser totalmente esclarecidas em sede própria.

6 comentários:

Alexandro Pestana - www.miradouro.pt disse...

Será obra do regime? A RTP realmente é uma anedota.

Ricardo Miguel Oliveira disse...

Caro professor
TSF, uma rádio sempre às suas ordens! Disponha.

André Escórcio disse...

Caríssimo,
obrigado pelo seu comentário.
Sabe, embora nunca tivesse sido jornalista desempenhei, talvez abusivamente, durante alguns anos, em regime de colaboração, essa nobre profissão. Por isso, compreendo algumas coisas que se vão passando. Pelo que vi e senti ao longo de muitos anos, defendo a Liberdade dos Jornalistas e sou contra toda a espécie de constrangimentos subtilmente criados. Respeito a verdade do jornalista quando descubro que a peça foi construída com honestidade. Porque verdades há muitas! A minha é, apenas, uma delas.
Não aceito, isso não, os jogos de poder que coarctam a liberdade no sentido de impor a verdade oficial. Ora, a ser verdade o que me caíu no prato, algumas mudanças deixam um rasto de pouca transparência. E aqui trata-se de uma empresa que ainda tem por missão cumprir o designado "serviço público". É neste quadro que me insurjo em defesa de uma classe que deve ser respeitada.
Finalmente, sei que a TSF é uma rádio de informação plural e isenta. Apenas lhe digo que eu é que tenho que agradecer as vezes que se lembraram de mim para tecer alguns comentários de oportunidade política.
Um abraço e obrigado.

Ricardo Miguel Oliveira disse...

Não tem que agradecer. É um privilégio tê-lo como comentador sempre que a tal é desafiado, sempre sem aviso prévio. A rádio faz-se assim.
Só é pena que nesta terra muitos ainda fujam ao confronto público pedindo tempo para pensar ou uma melhor oportunidade. Não raras vezes são políticos com responsabilidades.
No continente, a TSF acorda ministros que se disponibilizam para entrar em antena. Aqui, por vezes, os 'ministros' insultam-nos alegando a hora madrugadora, como se fosse crime, em nome da verdade querer saber mais às 7h ou 8h da manhã.
É por isso que enalteço a sua disponibilidade e a postura de quem tem a percepção das implicações do 'serviço público', ou melhor, da entrega às causas públicas. Algo apenas ao alcance de quem "vive com gosto"!!!

Anónimo disse...

Senhor Professor
Com que então...a RTP-Madeira está feita com o (des)governo regional?!
Isso é uma pouca vergonhice !!!
Para além da TSF(!!!)porque não seguem o exemplo do "meu"(os meus impostos também vão para lá)Jornal dos Padrecas,que eu julgava ser modelo único de "isenção democrática"?!
Isto só visto !!!

André Escórcio disse...

Um "anónimo" escreveu um comentário sobre este texto da minha autoria. Embora, genericamente, concordante comigo, tece considerações directamente a várias pessoas da comunicação social.
Eu peço-lhe desculpa por não publicar o seu comentário mas, por princípio, separo os comentários gerais daqueles que, eventualmente, podem gerar algum desconforto. É este o caso.
Registei o seu oportuno comentário e estou certo que compreenderá.