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segunda-feira, 21 de junho de 2010

RTP: ASSIM SE PRODUZ A PROPAGANDA


Ver a Escola pelo prisma da construção civil é ter uma visão trolha desse mesmo sistema. O sistema é muito mais do que inaugurações, hinos e discursos de circunstância. A Escola é o que lá se faz, são os programas e os currículos, é o seu número de alunos por espaço e por turma, é a noção exacta do essencial relativamente ao acessório...



A RTP-Madeira não está controlada. Como vulgarmente se diz... cá nada!
Ontem tive a oportunidade de seguir uma peça sobre a construção de escolas. Escutei que, nos últimos anos, foram construídas não sei quantas (os números do Jornal da Madeira não se compaginam com os da televisão, curioso!), depois colocaram umas senhoras que trabalhavam a terra a dizer que naquele tempo era pior, etc. etc., imagens de uma escola nova e pronto, assim, subtil e desenquadradamente, a propaganda lá vai passando. Problemas actuais na Educação: zero! O Estatuto da Carreira Docente, o "penalty" que a Secretaria Regional da Educação marcou contra os educadores e professores, através das alterações ao ECD aprovadas na última Quarta-feira, na Assembleia, o chumbo à proposta de Regime Jurídico do Sistema Educativo, proposto pelo PS, a não contagem do tempo de serviço para reposionamento na nova estrutura da carreira, a iníqua prova pública de passagem ao 6º escalão, os péssimos resultados vindos a público ao nível da retenção e desistência (Ensino Básico) que colocam a Madeira na pior posição do País, com 20,3%, ao contrário dos Açores que apresentam 15,3%, enfim, nada disto é importante. Não é importante sequer que os Conselhos Executivos não tenham um cêntimo para investir no projecto educativo e estejam a abarrotar de dívidas. Fundamental é contrapor com cimento (obras) como se o sistema se esgotasse em materiais de construção civil. Um peça ao serviço do governo, com todas as características de encomenda, ou, talvez, "obra" da tal Comissão de Aconselhamento da RTP-Madeira. Infelizmente, RTP e Jornal da Madeira, parecem de mãos dadas neste processo de branqueamento de uma Escola que, a continuar assim, continuará a não ter futuro.
O problema não está, de facto, nos edifícios, meus senhores. O problema está, fundamentalmente, na organização do sistema. Está na sua plena integração com o sistema social, com o sistema político, com o sistema cultural e com o sistema económico. Ver a Escola pelo prisma da construção civil é ter uma visão trolha desse mesmo sistema. O sistema é muito mais do que inaugurações, hinos e discursos de circunstância. A Escola é o que lá se faz, são os programas e os currículos, é o seu número de alunos por espaço e por turma, é a noção exacta do essencial relativamente ao acessório, são os alunos de onde vêm e a ligação à família, o seu sistema de valores, os princípios, o rigor, a disciplina, a sua identidade única, a sua abertura ao exterior numa relação constante e assente no dar e receber.
Pobre RTP-M que se presta a favores desta natureza! E tanto que tinham e têm para fazer, por iniciativa própria, no sentido de descobrir os motivos de tanta polémica. Mas isso não interessa, obviamente, à douta Comissão de Aconselhamento.
NOTA:
Há dias foi sobre o ARMAS, logo a seguir sobre o Parque Desportivo da Água de Pena.
Ilustração: Google Imagens.

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