Visitei o complexo desportivo de Água de Pena, construído debaixo da plataforma do aeroporto da Madeira. Excelente. De 1 a 5, obviamente, cinco. Está ali tudo, desde o parque de estacionamento à oferta com qualidade de muitos recintos desportivos formais e informais. Para além disso, uma extensa e segura plataforma de acesso ao mar. Ao longo do percurso e zonas de transição, o ajardinamento dos espaços está cuidado e muito bonito. No País é certamente único. Na Europa e no Mundo, existirão poucos com aquelas características. Não é fácil encontrar um espaço tão longo e tão completo ainda por cima abrigado.
Visitei-o, demoradamente, durante a manhã de Domingo último. Quanto a praticantes formais e informais contavam-se pelos dedos da mão. Uma tristeza, trinta e dois anos depois de Abril. À beira mar, aí sim, havia muitos pescadores desportivos.
Ora bem, o significado que se retira desta constatação é que a prática física e desportiva não penetrou na população enquanto bem cultural. E, obviamente, que não podia, uma vez que a opção tem sido, claramente, no sector do sistema desportivo (federado) e não no sistema educativo. A Madeira tem efémeros campeões mas não tem praticantes. Aliás, não é por acaso que a estatística demonstra que 77% da população (15-74 anos) não tem hábitos desportivos e, dos 23% restantes, que inclui uma larga fatia de estudantes, apenas 8% têm uma prática de três vezes por semana.
Naquele espaço exemplar, num Domingo de sol e temperatura muito agradável, era para estar cheio em actividades múltiplas. Quase zero o que é frustrante. Chega-se a duas conclusões: primeiro, não basta construir, torna-se necessário organizar e promover; segundo, a política desportiva regional tem de ser totalmente arrasada para dar lugar a um novo paradigma sustentado num desporto ao serviço do desenvolvimento e não ao serviço da política.
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