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domingo, 26 de dezembro de 2010

COMO FUGIR À ROTINA E CONTAGIAR CORAÇÕES


Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher


Acompanhei a "Missa do Galo", celebrada pelo Senhor Padre José Luís Rodrigues, da Paróquia de S. Roque. As duas partes da Celebração foram contangiantes. Em vez de palavras ocas, de repetidamente ditas já as sabemos de cor, o celebrante pediu a atenção para ler três textos, apropriados àquela Noite. Foi um momento sublime, pela entoação, pela profundidade e pelo sentimento. Um dos textos foi de Ary dos Santos. Aqui fica. 

Tu que dormes à noite na calçada do relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser

Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher.

Ilustração: Google Imagens.

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